A semana começou com alta moderada na Ásia, abertura estável na Europa e pré-mercado americano travado, com investidores divididos entre o avanço das tensões no Oriente Médio e a superagenda de bancos centrais.
Na Ásia, o Nikkei 225 subiu 1,2%, apoiado pela desvalorização do iene, que favorece exportadoras japonesas. O Kospi avançou 1,3%, sustentado pelo bom desempenho do setor de semicondutores. O MSCI Asia encerrou com ganho discreto de 0,3%, refletindo uma busca seletiva por risco. Na China, as vendas no varejo surpreenderam com alta de 6,4% em 12 meses, sinalizando recuperação do consumo interno, enquanto a produção industrial veio um pouco abaixo do esperado. O S&P/ASX 200, na Austrália, também fechou em alta, impulsionado por commodities e energia.
O petróleo segue no centro das atenções com o Brent perto de 75 dólares e o WTI em torno de 74, refletindo o risco de oferta diante da escalada militar entre Israel e Irã. O aumento da tensão mantém viva a preocupação com uma eventual pressão inflacionária global.
Na abertura da Europa, o viés de cautela predomina. Após o BCE abrir o ciclo de cortes, o foco recai sobre as decisões do Federal Reserve, Banco do Japão, Banco da Inglaterra e Banco Nacional Suíço, todas nesta semana. O mercado espera especialmente os novos dot plots do Fed na quarta-feira, que poderão redefinir a expectativa de cortes de juros ainda em 2025.
Nos Estados Unidos, o pré-mercado opera estável, com investidores aguardando o dado de vendas no varejo amanhã, que testará a resiliência do consumo americano — peça-chave do crescimento atual. Leituras fortes podem reduzir espaço para cortes, enquanto números fracos reforçariam a flexibilização. A proximidade do feriado de Juneteenth também limita o volume de negócios nesta primeira parte da semana.
Com geopolítica e política monetária atuando simultaneamente, os mercados iniciam a semana em ritmo contido, à espera dos dados e decisões que devem redesenhar o cenário nos próximos dias.