O mercado brasileiro amanhece reagindo a uma combinação de alívio inflacionário e novas pressões fiscais. O IPCA de maio registrou alta de 0,23%, abaixo da projeção de 0,32% e bem distante dos temores anteriores. A leitura mais branda da inflação traz certo fôlego aos ativos de risco, em meio a um cenário global já bastante tensionado.
Porém, o alívio não é pleno. O governo editou uma nova Medida Provisória alterando o pacote de arrecadação: reduziu parte do aumento do IOF, mas compensou a renúncia com novas tributações sobre investimentos. A sinalização de um ajuste ainda incompleto mantém as dúvidas sobre a trajetória fiscal e o espaço para flexibilizações futuras da política monetária.
No Boletim Focus, as expectativas de crescimento do PIB em 2025 subiram para 2,18%, enquanto a inflação projetada recuou marginalmente para 5,44%. Apesar do recuo no IPCA, o Banco Central mantém a Selic inalterada em 14,75%, reforçando o tom conservador diante das incertezas fiscais e políticas.
No pregão anterior, o Ibovespa encerrou aos 137.800 pontos, com alta de 0,49%, impulsionado principalmente por Petrobras e bancos, que seguem sustentando o índice. O dólar, por sua vez, fechou praticamente estável em R$ 5,5437, refletindo o equilíbrio entre o ambiente externo volátil e as dúvidas domésticas.
A sessão desta sexta-feira promete volatilidade, com o alívio inflacionário abrindo espaço para alta na bolsa, mas com o pacote fiscal e as discussões no Congresso mantendo o investidor em compasso de observação.