O mercado brasileiro operou nesta quinta-feira (12) sob influência direta dos desdobramentos fiscais. O principal gatilho foi o recuo parcial do governo no aumento do IOF sobre aplicações financeiras, após forte repercussão política e reação negativa do mercado. A publicação do novo decreto, na noite anterior, reduziu parte da tensão, mas manteve o tema fiscal como foco principal.
Em Minas Gerais, o presidente Lula reforçou que sua prioridade é proteger os mais pobres e a classe média, sinalizando que o governo seguirá buscando novas fontes de arrecadação sem concentrar o ajuste nos mais ricos. Como parte dessa estratégia, o governo editou uma medida provisória prevendo arrecadar R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 20,9 bilhões em 2026, reacendendo o debate sobre a sustentabilidade fiscal.
No Congresso, a reação foi rápida. A Câmara, sob liderança de Hugo Motta, acelerou a tramitação de um decreto legislativo para tentar sustar o aumento original do IOF, ampliando a tensão política entre Executivo e Legislativo.
Mesmo com o ambiente fiscal sensível, o Ibovespa sustentou a terceira alta seguida. O índice subiu 0,49%, encerrando aos 137.799 pontos, impulsionado por Petrobras e Embraer. A estatal avançou com as expectativas de possíveis dividendos extraordinários como alternativa para reforçar o caixa público. Já a Embraer liderou os ganhos após projeções otimistas sobre a demanda por aeronaves, segundo relatórios do Bradesco BBI e da Ágora.
O pregão desta quinta encerrou marcado por ajustes fiscais ainda em debate, divergências políticas em torno da arrecadação e espaço para movimentos pontuais em algumas blue chips, com o investidor local permanecendo atento à evolução do cenário fiscal nas próximas semanas.