Com a disparidade nas taxas de juros entre os Estados Unidos e outras grandes economias, empresas norte-americanas estão recorrendo a swaps de moeda cruzada para reduzir custos de financiamento e mitigar riscos cambiais. Essa estratégia permite que companhias troquem o principal do empréstimo e os pagamentos de juros de uma moeda para outra, aproveitando as taxas mais baixas na Europa e em outras regiões.
Segundo dados da Clarus, as transações de swaps entre dólar e euro cresceram 7% em janeiro, totalizando US$ 266 bilhões. A crescente adoção desse mecanismo reflete a preocupação do mercado com as políticas tarifárias do presidente Donald Trump, que já impôs tarifas sobre produtos chineses e ameaça novas taxas sobre automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos.
Além de oferecer economia de até 200 pontos-base nos custos de juros, os swaps cambiais também protegem empresas expostas às flutuações do câmbio, especialmente aquelas com operações internacionais. No entanto, especialistas alertam que essas estratégias podem trazer riscos adicionais caso a moeda estrangeira se fortaleça em relação ao dólar, reduzindo os benefícios da conversão.
O cenário de incerteza global, guerra comercial e expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve continuará impulsionando essa tendência, à medida que empresas buscam alternativas para manter a competitividade e a estabilidade financeira.