As bolsas dos Estados Unidos encerraram a sexta-feira (06) em terreno positivo, impulsionadas por dados mais fortes do que o esperado sobre o mercado de trabalho e sinais de trégua nas disputas comerciais com a China.
O relatório oficial de empregos (Payroll) mostrou a criação de 139 mil vagas em maio, superando as projeções de 130 mil. A taxa de desemprego permaneceu em 4,2%, dentro das expectativas.
O resultado trouxe alívio ao mercado, que vinha demonstrando preocupação com a desaceleração apontada por indicadores mais fracos no início da semana, especialmente no setor de serviços e na folha de pagamento privada.
Ajudou também o anúncio de que membros do alto escalão do governo americano se reunirão com representantes chineses em Londres, no dia 9 de junho, para retomar as negociações comerciais. A reunião foi confirmada após uma ligação entre o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping, na qual ambos concordaram em manter o diálogo aberto, apesar das divergências recentes sobre minerais estratégicos.
O mercado leu esses sinais como uma combinação de resiliência econômica e redução de risco geopolítico. Como resultado, o S&P 500 avançou 1,02%, fechando aos 5.999,66 pontos — maior nível em mais de três meses. O Nasdaq saltou 1,18%, aos 19.526,12 pontos, enquanto o Dow Jones subiu 1,04%, encerrando o dia em 42.759,82 pontos.
Entre os destaques, as ações da Tesla voltaram a subir após despencarem cerca de 15% na quinta-feira, em meio a tensões públicas entre Trump e Elon Musk. Empresas de tecnologia como Amazon e Alphabet também registraram ganhos expressivos. Já o Wells Fargo teve sua perspectiva elevada para “positiva” pela S&P Global, após o banco ser liberado de uma limitação de ativos de US$ 1,95 trilhão.
Em contrapartida, papéis da Broadcom recuaram após a companhia decepcionar investidores com uma projeção abaixo do esperado para as receitas do próximo trimestre. A varejista Lululemon também caiu ao revisar para baixo sua meta de lucro anual, citando aumento de custos com tarifas impostas pelos EUA.
A perspectiva de que o Federal Reserve manterá os juros inalterados no curto prazo, com possível corte apenas em setembro, ajudou a manter o apetite por risco nos mercados. A próxima reunião do banco central americano está marcada para o fim deste mês.