Trump Ameaça União Europeia com Tarifa de 50% e Mira iPhones Fabricados Fora dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu as tensões no comércio global ao anunciar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados da União Europeia a partir de 1º de junho. Além disso, ameaçou aplicar uma tarifa mínima de 25% sobre iPhones e smartphones fabricados fora dos Estados Unidos.

A declaração ocorre às vésperas de uma rodada decisiva de negociações comerciais com a União Europeia. No mês passado, Trump já havia imposto tarifas de 20%, reduzidas provisoriamente para 10% até 8 de julho, com expectativa de avanço nas conversas. Agora, o tom endureceu.

Em coletiva, Trump foi claro: “Não estou buscando acordo. O acordo já está feito.” Sinalizou, porém, que poderia recuar, caso alguma empresa europeia anuncie investimentos relevantes em território americano.

A reação foi rápida. O S&P 500 caiu 0,7%, enquanto os índices europeus DAX e CAC 40 recuaram mais de 1,5%. A Apple perdeu cerca de 3%, pressionada pela ameaça direta. O índice VIX subiu 10%, refletindo o aumento da aversão ao risco.

O comissário de comércio da UE, Maroš Šefčovič, respondeu: “O comércio deve ser baseado em respeito mútuo, não em ameaças. Defenderemos nossos interesses.”

Líderes de Irlanda, França e Alemanha reforçaram a disposição para negociar, mas alertaram que estão preparados para retaliar.

A Apple volta ao centro da disputa. Segundo o analista Dan Ives, fabricar iPhones nos EUA é “um conto de fadas inviável”. Mesmo assim, Trump pressiona a empresa, que recentemente transferiu parte da produção para Índia e Vietnã, mas não para os EUA. Na última reunião com Tim Cook, CEO da Apple, Trump reforçou: “Não quero vocês fabricando na Índia.”

O pano de fundo é o déficit comercial dos EUA com a União Europeia. Em 2024, os EUA importaram mais de 600 bilhões de dólares em produtos europeus, enquanto exportaram cerca de 370 bilhões. Trump alega que esse desequilíbrio prejudica a indústria americana e defende as tarifas como ferramenta de proteção.

Analistas lembram que, por enquanto, são ameaças sem ordem executiva, mas alertam que, se aplicadas, as tarifas podem gerar impactos significativos nas cadeias produtivas globais, especialmente nos setores de tecnologia, automóveis e indústria pesada.