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Trump Pressiona o Federal Reserve por Cortes nas Taxas de Juros e Critica Alta da Inflação

Durante o Fórum Econômico Mundial, o presidente intensifica críticas ao Fed e culpa governo Biden por crise inflacionária.

23/01/2025 14h27
Por: Redação
Trump Pressiona o Federal Reserve por Cortes nas Taxas de Juros e Critica Alta da Inflação

O presidente Donald Trump lançou um ataque direto ao Federal Reserve, exigindo cortes imediatos nas taxas de juros em um discurso durante o Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos. Embora não tenha citado diretamente o Fed ou seu presidente, Jerome Powell, Trump deixou claro que pretende pressionar por uma política monetária mais flexível, enfatizando que "as taxas de juros deveriam cair imediatamente e nos seguir pelo mundo inteiro."

Essas declarações reacendem a relação conturbada entre Trump e o banco central, marcada por críticas frequentes durante seu primeiro mandato. Trump, que nomeou Powell, frequentemente o atacava publicamente, chamando-o de “cabeça-dura” e comparando-o a um jogador de golfe que falha em jogadas simples. Apesar das críticas, o Fed tem defendido sua independência, com Powell reiterando que as decisões do banco central são técnicas e não políticas.

As declarações de Trump tiveram impacto moderado nos mercados. Os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois anos, sensíveis à política monetária, caíram para 4,29%, mas os índices de ações reagiram pouco. Atualmente, o mercado projeta poucas chances de novos cortes de juros antes de junho, com a política do Fed permanecendo focada no combate à inflação.

Desde o final de 2024, o Fed cortou um ponto percentual nas taxas básicas, que agora estão entre 4,25% e 4,5%. Esses cortes vieram após um aumento agressivo de 5,25 pontos percentuais durante a crise inflacionária. No entanto, com a inflação ainda acima da meta de 2%, as autoridades monetárias acreditam que não há espaço para novos cortes imediatos, embora o ritmo do aumento dos preços tenha mostrado sinais de desaceleração.

Críticas à Gestão Econômica

Trump não poupou críticas ao governo anterior, atribuindo a crise inflacionária aos "gastos deficitários desnecessários" do ex-presidente Joe Biden. Ele classificou o momento como “a pior crise de inflação da história moderna,” apontando que os preços de alimentos e bens essenciais continuam elevados.

"O resultado é uma inflação galopante e taxas de juros altíssimas que prejudicam tanto os cidadãos americanos quanto o restante do mundo," afirmou Trump. Ele também culpou a gestão anterior pelos custos crescentes em quase todos os setores econômicos.

As tensões entre a Casa Branca e o Federal Reserve não são inéditas, mas Trump busca reforçar sua posição de influência sobre o banco central. Durante sua campanha presidencial, ele já havia sinalizado que gostaria de ter voz ativa nas decisões sobre taxas de juros. No entanto, o Fed historicamente mantém sua autonomia, algo que especialistas consideram essencial para garantir estabilidade nos mercados financeiros.

Apesar disso, o Fed enfrentou críticas pela forma como lidou com a inflação em 2021, classificando-a inicialmente como “transitória.” Esse erro levou a uma série de aumentos agressivos nas taxas de juros. Agora, com o foco em estabilizar a economia, Powell e sua equipe insistem na necessidade de uma política monetária independente e moderada.

As declarações de Trump ocorrem poucos dias antes da próxima reunião de política monetária do Fed, que termina na próxima quarta-feira. Apesar das exigências de cortes nas taxas, analistas continuam céticos. Dados do CME Group indicam que os traders atribuem 50% de probabilidade a um novo corte até o final do ano, mas a expectativa maior é que o Fed mantenha as taxas inalteradas no curto prazo.

Enquanto isso, Trump segue intensificando sua retórica contra o banco central, apostando que sua abordagem direta possa influenciar a política monetária no futuro. Com a inflação ainda no centro do debate econômico, a relação entre a Casa Branca e o Fed continuará sendo um ponto crítico para os mercados e a economia global.

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