Os mercados de ações da Ásia e Europa registraram queda nesta sexta-feira (28), refletindo o impacto da nova rodada de tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre as importações de automóveis, enquanto o ouro, considerado porto seguro, atingiu um novo recorde.
O Nikkei japonês caiu quase 2%, com destaque para o recuo das montadoras Toyota e Honda. O KOSPI da Coreia do Sul também caiu, afetado pelas perdas de Hyundai e Kia. O STOXX 600 europeu registrou sua sexta semana consecutiva de perdas, com o setor automotivo no foco.
As novas tarifas de 25% nos carros importados, anunciadas para entrar em vigor a partir de 3 de abril, levaram diversas montadoras, como Volvo, Audi, Mercedes-Benz e Ferrari, a anunciar realocação de produção ou aumento de preços de até 10%.
O Índice Hang Seng de Hong Kong caiu 0,6%, com o mercado aguardando detalhes das tarifas de Trump sobre a China, apesar de o presidente ter sinalizado que poderia aliviar as taxas em troca de um acordo com a ByteDance, dona do TikTok.
No câmbio, o dólar americano se manteve estável antes da divulgação do índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) dos EUA, indicador de inflação preferido do Fed. A expectativa é de uma alta de 2,7% no núcleo anual do PCE, sinalizando pressão nos preços.
Ainda assim, o dólar caminha para seu pior início de ano desde 2008, contrariando previsões otimistas baseadas na política “América em primeiro lugar”. O euro caiu para US$ 1,077, enquanto o iene japonês se valorizou, com expectativas crescentes de novos aumentos nas taxas do Banco do Japão.
Nos mercados de juros, traders elevaram as apostas em cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) após dados de inflação mais fracos da França e Espanha. O rendimento dos bônus alemães de 10 anos caiu para 2,7%, o menor nível desde 5 de março.
Em commodities, o destaque foi o ouro à vista, que subiu 0,77% e bateu US$ 3.079,50 por onça, acumulando alta de mais de 17% no primeiro trimestre — seu melhor desempenho desde 1986.
Os preços do petróleo recuaram levemente. O Brent foi cotado a US$ 74, e o WTI ficou abaixo de US$ 70, com os mercados ponderando os efeitos das novas tarifas americanas sobre a economia global e o possível impacto na demanda por energia.