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Internacional Geopolítica

Trump ameaça novas tarifas contra União Europeia e escalada comercial gera temores de recessão

Canadá, UE e Japão reagem enquanto mercados avaliam impactos da guerra comercial

12/03/2025 15h28 Atualizada há 1 mês
Por: Redação
Trump ameaça novas tarifas contra União Europeia e escalada comercial gera temores de recessão

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou na quarta-feira impor novas tarifas sobre produtos da União Europeia (UE), caso o bloco avance com suas contratarifas contra bens norte-americanos, que devem entrar em vigor no próximo mês. A medida surge após a decisão de Trump de impor tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, desencadeando uma série de retaliações comerciais por parte de parceiros dos EUA.

"O que quer que eles cobrem de nós, nós estamos cobrando deles", afirmou Trump a repórteres na Casa Branca, destacando que a UE não escaparia de novas penalidades caso seguisse com seu plano.

A escalada tarifária abalou a confiança de investidores e empresas, aumentando os temores de uma recessão global. Além disso, a postura agressiva do governo Trump tem deteriorado as relações com o Canadá, um dos principais aliados comerciais dos EUA.

Canadá e outros países reagem às tarifas de Trump

O Canadá, maior fornecedor estrangeiro de aço e alumínio para os EUA, anunciou tarifas retaliatórias de 25% sobre esses metais, além de produtos como computadores e equipamentos esportivos, totalizando US$ 20 bilhões. O país já havia imposto tarifas semelhantes em resposta às barreiras comerciais de Trump.

Para conter os impactos das tarifas sobre sua economia, o Banco Central do Canadá cortou as taxas de juros, preparando o país para uma possível crise.

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, indicou que Trump pode expandir suas políticas protecionistas para incluir o cobre, intensificando ainda mais as disputas comerciais.

Já o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que Pequim protegerá seus interesses, enquanto o Japão alertou para os possíveis impactos negativos nas relações comerciais com os EUA.

Entre os aliados próximos dos EUA, Grã-Bretanha e Austrália criticaram as tarifas, mas descartaram sanções imediatas contra Washington. O Brasil, segundo maior fornecedor de aço para os EUA, também optou por não retaliar no momento.

União Europeia busca alternativas para evitar escalada comercial

Embora as contramedidas da União Europeia devam atingir até US$ 28 bilhões em produtos dos EUA, especialistas afirmam que o bloco está menos exposto às tarifas, já que apenas uma pequena fração dos bens visados são exportados para os EUA.

Os produtos americanos afetados incluem fio dental, diamantes, roupões de banho e bourbon, o que representa uma parcela reduzida do comércio total entre UE e EUA. Apesar disso, a indústria de bebidas alcoólicas alertou que as tarifas podem ter impactos significativos no setor.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, indicou que o bloco ainda busca soluções diplomáticas para evitar uma guerra comercial total. Segundo ela, o comissário de Comércio, Maros Sefcovic, foi encarregado de retomar as negociações com autoridades americanas.

"Não é do nosso interesse comum sobrecarregar nossas economias com tais tarifas", disse von der Leyen.

Apesar disso, Trump reforçou sua posição durante um encontro com o primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, criticando a UE por atrair empresas farmacêuticas dos EUA para o bloco.

Mercados e empresas reagem com cautela

Com o agravamento das tensões comerciais, empresas nos EUA e na Europa demonstram preocupação. O setor industrial norte-americano já enfrenta dificuldades, e mais de 900 das 1.500 maiores empresas dos EUA mencionaram tarifas em teleconferências de resultados ou eventos para investidores neste ano, segundo dados do LSEG.

O impacto também foi sentido na Europa: as ações da fabricante alemã de artigos esportivos Puma caíram quase 25%, refletindo as preocupações de que a guerra comercial pode reduzir os gastos do consumidor nos EUA.

Por outro lado, produtores de aço dos EUA apoiaram as novas tarifas de Trump, argumentando que as barreiras anteriores de 2018 foram enfraquecidas por isenções. Os preços do alumínio e do aço nos EUA continuam próximos dos picos recentes.

Risco de recessão e impacto na confiança dos investidores

Economistas alertam que as políticas comerciais de Trump podem ter efeitos duradouros na economia dos EUA. Segundo o economista-chefe do JP Morgan, há uma chance de 40% de recessão no país este ano, e a guerra comercial pode prejudicar a posição dos EUA como um destino confiável para investimentos estrangeiros.

A recente liquidação das ações em Wall Street eliminou todos os ganhos obtidos desde a eleição de Trump, reforçando a incerteza no mercado financeiro.

O aumento das tarifas e as ameaças de Trump contra a União Europeia, Canadá e outros parceiros comerciais intensificam os temores de um impacto econômico global negativo.

Principais pontos de atenção:

  • União Europeia retaliará com tarifas sobre US$ 28 bilhões em produtos dos EUA.
  • Canadá responde com tarifas de US$ 20 bilhões e corta taxas de juros para proteger sua economia.
  • Mercados reagem com incerteza, e ações de empresas ligadas ao comércio global enfrentam quedas significativas.
  • Economistas do JP Morgan alertam para um risco de 40% de recessão nos EUA.

Diante desse cenário, investidores e empresas agora aguardam novas negociações comerciais entre Estados Unidos e União Europeia, que podem definir os rumos da política comercial global nos próximos meses.

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