Os mercados acionários registraram uma leve recuperação nesta terça-feira, após a forte aversão ao risco do dia anterior. O índice Stoxx 600 da Europa operava estável, enquanto as ações da Ásia-Pacífico – que chegaram a cair 1,75% – reduziram suas perdas para 0,5%. Os futuros das ações dos EUA indicavam uma alta de 0,3%, sugerindo uma pausa na liquidação dos mercados.
O movimento contrasta com a segunda-feira, quando a volatilidade foi exacerbada após o presidente Donald Trump, em entrevista à Fox News, mencionar que os EUA passam por um "período de transição", sem descartar uma recessão relacionada às tarifas comerciais.
Impacto da entrevista de Trump no mercado:
A forte busca por segurança levou os rendimentos das notas do Tesouro dos EUA a caírem ainda mais nesta terça-feira:
Os traders agora precificam 85 pontos-base de flexibilização monetária pelo Fed em 2025, acima dos 75 bps previstos na segunda-feira. A expectativa é que o crescimento fraco dos EUA obrigue o Fed a cortar os juros mais cedo.
No entanto, esse cenário pode mudar com os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA, que serão divulgados na quarta-feira. Se a inflação seguir elevada, as apostas de cortes podem ser reduzidas.
Projeção para o CPI de fevereiro:
Nos mercados cambiais, os ativos de refúgio continuaram em demanda, mas os movimentos foram menos intensos do que no dia anterior.
No setor de commodities, os preços do petróleo se mantiveram estáveis, enquanto os investidores avaliam o impacto das tarifas dos EUA sobre o crescimento global e a decisão da Opep+ de aumentar a oferta.
O ouro continuou em alta, subindo para US$ 2.908 por onça, se aproximando do recorde histórico registrado no mês passado. O metal acumula uma alta de 10% em 2025, após um avanço de 27% no ano passado.
Os mercados seguem instáveis, com os investidores aguardando dados de inflação dos EUA e novas sinalizações do Federal Reserve sobre sua política monetária. A incerteza em torno das tarifas comerciais e da possibilidade de uma recessão nos EUA continua pesando no apetite por risco, reforçando a busca por ativos mais seguros.