O vice-presidente do Federal Reserve, Philip Jefferson, afirmou nesta quarta-feira que o banco central dos Estados Unidos pode agir com prudência antes de decidir seu próximo movimento de política monetária. Segundo ele, a economia americana segue robusta, mas a inflação ainda está acima da meta de 2%.
Durante um discurso no Vassar College, Jefferson ressaltou que o mercado de trabalho continua sólido e que a inflação, embora tenha recuado, permanece elevada. Ele destacou que o caminho para trazer a inflação de volta ao nível desejado pode ser "irregular", especialmente após os cortes de um ponto percentual nos juros no ano passado.
"Com uma economia forte e um mercado de trabalho resiliente, temos a possibilidade de analisar com calma os dados antes de qualquer novo ajuste na taxa de juros", afirmou. Jefferson também frisou que a política monetária atual continua "restritiva", com a taxa dos fundos federais variando entre 4,25% e 4,5%.
A declaração de Jefferson veio logo após a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), na qual os dirigentes decidiram manter as taxas inalteradas. A incerteza sobre o cenário econômico, somada às políticas do presidente Donald Trump, tem levado o Fed a agir com cautela.
Muitos economistas temem que medidas como tarifas de importação e a deportação de trabalhadores indocumentados impulsionem ainda mais a inflação. Além disso, o clima de incerteza pode afetar negativamente o crescimento econômico.
Outro ponto central do discurso de Jefferson foi a situação financeira das famílias americanas. Ele afirmou que, de modo geral, os lares estão em boa condição financeira, com altos níveis de ativos devido à valorização dos imóveis e do mercado de ações, além de um endividamento relativamente controlado.
No entanto, ele alertou que parte da população enfrenta dificuldades. Famílias com menor pontuação de crédito estão mais vulneráveis, pois possuem reservas financeiras reduzidas. "Alguns grupos podem ter dificuldades para lidar com despesas inesperadas ou choques econômicos", concluiu.