Os mercados da América Latina fecharam em alta nesta segunda-feira, contrariando a queda generalizada em outros mercados emergentes após o anúncio de novas tarifas de 25% sobre aço e alumínio pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Enquanto o Índice de Moedas de Mercados Emergentes MSCI caiu 0,2% em Nova York, moedas como o real brasileiro e o peso chileno se valorizaram, impulsionadas pela alta das commodities. O peso do Chile atingiu seu maior patamar desde novembro, beneficiado pelo aumento do preço do cobre, principal exportação do país.
A valorização do petróleo e do minério de ferro também impulsionou as bolsas do Brasil e da Colômbia. Segundo analistas internacionais a combinação de commodities em alta, rendimentos menores dos títulos americanos e menor pressão sobre o dólar tem favorecido as moedas da região.
Trump declarou que as tarifas afetarão todos os países, incluindo México e Canadá, e anunciou novas tarifas recíprocas sobre nações que taxam produtos americanos. Essa incerteza tem gerado volatilidade nos mercados cambiais, embora o Índice MSCI de Moedas de Mercados Emergentes ainda acumule alta de 0,7% no ano.
A desvalorização do yuan chinês para mínimas de três semanas impactou moedas asiáticas, como o ringgit malaio, que caiu 0,9%, e a rúpia indiana, que renovou sua mínima histórica.
Os dados recentes de emprego nos EUA e as tarifas anunciadas reforçam a expectativa de que o Federal Reserve manterá os juros estáveis, fortalecendo o dólar e pressionando moedas emergentes. Especialistas afirmam que esse cenário tende a dificultar ainda mais o desempenho das divisas de países em desenvolvimento.
As bolsas latino-americanas avançaram, impulsionadas por commodities e setor financeiro. O Mexbol subiu 0,2%, enquanto o COLCAP colombiano ganhou 0,6%. Os participantes do mercado acreditam que o rali atual é uma recuperação de um período de forte venda, mas sua sustentabilidade ainda é incerta.
Nos títulos soberanos, os bônus do Líbano, em default, subiram após a nomeação de Amer Bisat, da BlackRock, como ministro da economia. Já os títulos equatorianos sofreram a maior queda em dois anos, após a candidata socialista Luisa González superar expectativas no primeiro turno das eleições, aumentando a incerteza política antes do segundo turno contra o presidente Daniel Noboa.
A América Latina mostra resiliência diante da volatilidade global, impulsionada pelo setor de commodities. No entanto, o cenário internacional, com tarifas dos EUA e a política monetária do Fed, seguirá determinando o rumo dos mercados emergentes nos próximos meses. Como as economias latino-americanas irão se adaptar a essas pressões externas?