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Petróleo recua mais de 1% e caminha para primeira queda mensal desde novembro

Mercado reage às tarifas de Trump e à retomada das exportações do Iraque, enquanto OPEP+ avalia produção

28/02/2025 11h53 Atualizada há 6 dias
Por: Redação
Petróleo recua mais de 1% e caminha para primeira queda mensal desde novembro

Os preços do petróleo caíram mais de 1% nesta sexta-feira, com os investidores ajustando suas posições diante das ameaças tarifárias de Washington e da decisão do Iraque de retomar as exportações de petróleo da região do Curdistão. A incerteza sobre os planos da OPEP+ para abril e as negociações em andamento para encerrar a guerra na Ucrânia também pesaram sobre o mercado.

Os contratos futuros mais ativos do Brent para maio caíram 81 centavos, ou 1,1%, para US$ 72,76 o barril, enquanto os contratos do West Texas Intermediate (WTI) dos EUA recuaram 80 centavos, também 1,1%, para US$ 69,55 o barril. O Brent para entrega no próximo mês, que vence nesta sexta-feira, era negociado a US$ 73,10, queda de 94 centavos.

Ambos os índices de referência estão a caminho de registrar sua primeira queda mensal em três meses.

O Ministério do Petróleo do Iraque anunciou a retomada das exportações de petróleo da região semiautônoma do Curdistão por meio do oleoduto Iraque-Turquia. Segundo o governo, as exportações começarão em 185.000 barris por dia, com aumento gradual da quantidade. No entanto, oito empresas petrolíferas internacionais que operam na região afirmaram que não retomarão as exportações nesta sexta-feira, citando incertezas sobre acordos comerciais e garantias de pagamento.

A retomada das exportações levanta dúvidas sobre como o Iraque cumprirá suas obrigações com a OPEP+, já que o país tem frequentemente produzido acima de sua cota, segundo Harry Tchilinguirian, chefe de pesquisa do Onyx Capital Group. Ele alertou que, caso a OPEP+ decida adiar o retorno de 120.000 barris por dia (bpd) cortados voluntariamente a partir de abril, o aumento da produção no Iraque poderá ultrapassar essa restrição.

A OPEP+ ainda debate se seguirá com o aumento da produção de petróleo em abril, conforme planejado, ou se manterá os cortes, já que os membros do grupo enfrentam dificuldades para avaliar a real oferta global de petróleo, de acordo com oito fontes internas da organização.

A incerteza no mercado também foi impulsionada pela guerra tarifária do presidente Donald Trump, que recentemente anunciou um imposto adicional de 10% sobre as importações chinesas. Economistas da unidade de pesquisa BMI da Fitch apontam que os investidores enfrentam dificuldades para avaliar os impactos das políticas energéticas anunciadas pelo governo Trump neste mês.

O chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank, Ole Hansen, afirmou que os traders estão reduzindo riscos devido à crescente volatilidade desencadeada pela intensificação da guerra tarifária dos EUA contra a China. Segundo ele, essa incerteza aumenta as preocupações sobre a demanda global por petróleo, já que uma escalada nas tarifas pode desacelerar o crescimento econômico, pressionar a inflação e reduzir o consumo de petróleo bruto.

Uma pesquisa da Reuters apontou que o Brent deve ter uma média de US$ 74,63 por barril em 2025, enquanto o petróleo dos EUA (WTI) deve ficar em torno de US$ 70,66 por barril.

Apesar da pressão sobre os preços, o petróleo registrou alta de mais de 2% na quinta-feira, impulsionado por novas preocupações com a oferta após Trump revogar uma licença concedida à Chevron (CVX.N), impedindo a gigante petrolífera de operar na Venezuela.

O mercado segue atento às próximas movimentações da OPEP+ e dos desdobramentos das tarifas de Trump, que podem continuar afetando o equilíbrio da oferta e demanda global de petróleo.

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