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Dólar Dispara para R$ 6,11 com Dados de Emprego nos EUA e Inflação Acima da Meta no Brasil

Mercado Reage a Expectativas de Juros Mais Elevados em Ambos os Países

10/01/2025 14h51 Atualizada há 1 semana
Por: Redação
Dólar Dispara para R$ 6,11 com Dados de Emprego nos EUA e Inflação Acima da Meta no Brasil

O dólar encerrou esta sexta-feira (10) em forte alta de 1,23%, cotado a R$ 6,117, revertendo as perdas registradas na abertura do dia. A valorização da moeda norte-americana foi impulsionada pelos dados robustos de emprego nos Estados Unidos, que indicam uma economia resiliente, e pela inflação acima da meta no Brasil, que reforça a necessidade de manutenção de juros elevados pelo Banco Central.

Relatório de Emprego dos EUA Surpreende e Pressiona o Fed

O principal fator que influenciou o mercado cambial hoje foi o relatório de emprego dos EUA (payroll), divulgado nesta sexta-feira. Os dados mostraram que a economia americana criou 256 mil novos postos de trabalho em dezembro, muito acima das expectativas de 165 mil vagas previstas pelos economistas.

Além disso, a taxa de desemprego nos EUA caiu para 4,1%, reforçando o cenário de resiliência do mercado de trabalho, mesmo após sucessivos cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) em 2024.

A criação de empregos acima do esperado levou os mercados a descartarem qualquer possibilidade de cortes de juros na reunião do Fed marcada para os dias 28 e 29 de janeiro. Segundo a ferramenta CME FedWatch, a chance de manutenção das taxas de juros já é de 97,3%, enquanto apenas 2,7% dos investidores ainda esperam por um corte de 0,25 ponto percentual.

Esse cenário reforça a expectativa de que o Fed manterá os juros altos por mais tempo, o que fortalece o dólar globalmente e pressiona os ativos de risco, incluindo o real brasileiro.

Inflação Acima da Meta no Brasil Também Pesa no Câmbio

No Brasil, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira, confirmou que a inflação fechou 2024 em 4,83%, acima do teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

O resultado obriga o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificando o descumprimento da meta de inflação.

O estouro da meta reforça a necessidade de manutenção da taxa Selic em patamares elevados, atualmente em 12,25% ao ano. Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em dezembro, o Banco Central já havia sinalizado mais dois aumentos de 1 ponto percentual nas próximas reuniões de janeiro e março.

Com juros altos tanto nos EUA quanto no Brasil, o real perde força frente ao dólar, já que a moeda norte-americana é mais atrativa para os investidores, especialmente com o aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano.

Mercado Ajusta Expectativas para o Fed e o Banco Central

A alta do dólar nesta sexta-feira também reflete o ajuste nas expectativas dos investidores em relação às políticas monetárias nos dois países.

Nos EUA, a divulgação do payroll reforçou a percepção de que o Fed deve pausar os cortes de juros, com o mercado precificando taxas de juros elevadas por mais tempo. Isso fortalece o dólar globalmente e reduz o apetite por moedas emergentes, como o real.

No Brasil, o Banco Central enfrenta o desafio de conter a inflação persistente, que está acima da meta desde 2021, o que deve manter a Selic elevada por mais tempo, pressionando ainda mais a economia.

Dólar Deve Permanecer Forte no Curto Prazo

A combinação de dados econômicos sólidos nos EUA e inflação elevada no Brasil cria um cenário favorável para a valorização do dólar no curto prazo. Com o Fed mantendo juros altos e o Banco Central brasileiro pressionado a manter a Selic elevada, o dólar pode permanecer acima dos R$ 6,00 nas próximas semanas.

A expectativa agora é pela divulgação do índice de inflação americano (CPI) na próxima quarta-feira, que pode trazer mais volatilidade ao mercado de câmbio. Além disso, o mercado ficará atento ao discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que pode dar mais pistas sobre o rumo das taxas de juros nos EUA.

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