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Moody’s Rebaixa Classificação dos EUA e Expõe Alerta Sobre Dívida Pública

Moody’s retira a nota máxima dos EUA citando déficits persistentes, juros em alta e falta de soluções fiscais duradouras.

16/05/2025 19h19
Por: Vitor Ferreira
Moody’s Rebaixa Classificação dos EUA e Expõe Alerta Sobre Dívida Pública

A agência de classificação de risco Moody’s retirou nesta sexta-feira (16) a nota máxima de crédito dos Estados Unidos, reduzindo o rating de Aaa para Aa1. A decisão foi fundamentada no avanço contínuo da dívida pública americana e nos custos crescentes com juros, que já superam os observados em economias com perfil semelhante.

Com isso, os Estados Unidos deixam oficialmente o seleto grupo de países com nota triplo A nas três principais agências globais. Moody’s era a única que ainda mantinha essa classificação após rebaixamentos prévios da Fitch e da S&P.

No relatório publicado, a agência destacou que governos e congressos sucessivos falharam em aprovar medidas eficazes para conter os déficits fiscais recorrentes e a escalada dos encargos financeiros. Apesar do rebaixamento, a perspectiva da nota foi ajustada de “negativa” para “estável”, sinalizando menor risco de novo corte no curto prazo.

Desde sua volta à Casa Branca em janeiro, o presidente Donald Trump tem prometido equilibrar o orçamento federal. Entre as medidas adotadas estão a imposição de novas tarifas e a criação do Departamento de Eficiência Governamental, chefiado por Elon Musk, com o objetivo de cortar gastos.

No entanto, a proposta de reforma tributária da atual gestão sofreu um revés no Congresso nesta sexta-feira, ao ser barrada por republicanos contrários à falta de cortes mais agressivos nas despesas obrigatórias. O episódio expôs o desafio político de promover um ajuste fiscal duradouro.

A Moody’s foi clara ao afirmar que não vê nas propostas em debate a capacidade de gerar reduções significativas nos déficits públicos ou nos gastos obrigatórios. A agência projeta que a dívida federal dos EUA poderá atingir 134% do PIB em 2035, frente aos 98% estimados para 2024.

A decisão da Moody’s reacende preocupações sobre a sustentabilidade da dívida americana e seu impacto no sistema financeiro global. Títulos do Tesouro dos EUA são amplamente considerados ativos livres de risco e sustentam uma parcela relevante das reservas internacionais e carteiras institucionais.

O rebaixamento, além de simbólico, pode gerar efeitos sobre os custos de financiamento, o dólar e os mercados de renda fixa e variável ao redor do mundo.

A Fitch havia rebaixado os EUA em agosto de 2023, citando os mesmos fatores: deterioração fiscal e sucessivas disputas sobre o teto da dívida. A decisão da Moody’s consolida a visão de que o maior emissor de dívida do planeta enfrenta uma trajetória cada vez mais difícil de sustentar.

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