Visão Global: Macroeconomia e Geopolítica
O mercado de câmbio encerra o primeiro trimestre de 2025 sob alta incerteza. A principal fonte de tensão é a iminente implantação de tarifas comerciais pelos EUA, o que alimenta o receio de uma nova guerra comercial global. O presidente Donald Trump declarou que praticamente todos os parceiros comerciais americanos serão afetados. Apesar de especulações sobre exceções negociadas, o sentimento predominante é de cautela.
Nos EUA, a confiança do consumidor caiu pelo quarto mês consecutivo e projeções de crescimento estão sendo revisadas para baixo. O Goldman Sachs reduziu o PIB esperado para 2025 de 2,0% para 1,5%. Na Europa, apesar de melhora pontual na confiança empresarial, o risco de recessão técnica cresce. Estima-se que tarifas americanas podem cortar até 0,7% do PIB europeu até 2026.
Em termos de política monetária, espera-se que o Fed corte juros três vezes este ano. O BCE também deve reduzir taxas, embora de forma mais moderada. O BoJ, por outro lado, aumentou juros para 0,5% e indica possibilidade de novos apertos, apesar das incertezas globais.
Sentimento de Mercado e Posicionamento
A busca por ativos defensivos é clara: o ouro atingiu máximas históricas e o iene atraiu fluxos comprados recordes. Dados da CFTC revelam que especuladores inverteram sua posição para vendida em dólar americano pela primeira vez em cinco meses. As posições atuais são:
| Moeda | Posição Líquida (CFTC) | Sentimento |
|-------|---------------------------|------------|
| EUR | +65,5 mil contratos | Otimista |
| JPY | +125 mil contratos | Forte aposta comprada |
| GBP | +44,3 mil contratos | Positiva |
| CAD | –136,6 mil contratos | Vendida, impacto de tarifas |
Essa migração reflete perda de confiança relativa no dólar. Moedas como euro, iene e libra têm atraído capital, enquanto moedas cíclicas e ligadas a commodities sofrem.
O câmbio se tornou o termômetro das tensões geopolíticas. Nesse contexto, não é mais uma questão de “se”, mas “quando” você decidir ampliar sua atuação para os mercados internacionais. Quem já opera com visão global está sempre um passo à frente. Dê o próximo passo e veja como acessar os mercados globais com facilidade.
Principais Pares de Moedas
EUR/USD
O euro subiu cerca de 4% em março, atingindo US$ 1,095 antes de corrigir para a faixa de US$ 1,073. A alta foi sustentada por expectativas de estímulo fiscal alemão.
USD/JPY
O iene valorizou no início do mês, mas devolveu parte dos ganhos. O USD/JPY oscilou entre 148 e 151, influenciado pelos yields americanos. A expectativa é de que o BoJ continue apertando a política monetária, o que pode fortalecer o iene no médio prazo.
GBP/USD
A libra teve seu melhor mês desde 2023, superando US$ 1,30 em meio à expectativa de que o Reino Unido evite as tarifas americanas. O BoE manteve juros, e a perspectiva é de cortes graduais. O sentimento é levemente otimista.
Outras Moedas
- AUD/NZD: pressionadas pela aversão ao risco global e expectativa de cortes de juros.
- CAD: fortemente afetado pelas tarifas sobre o setor automotivo.
- MXN: volátil, dependendo da resposta do México às tarifas.
- BRL: pressionado por fatores externos, operando entre R$ 5,75 e R$ 5,80.
Perspectivas de Curto Prazo
Eventos-chave:
- Anúncio tarifário dos EUA em 2 de abril.
- Dados de emprego dos EUA e inflação da zona do euro.
- Reuniões de bancos centrais menores (Austrália, Canadá).
Se o pacote tarifário americano for brando ou negociado, pode haver rali em moedas arriscadas. Caso contrário, o USD pode se fortalecer como refúgio. O sentimento geral é de precaução, com investidores mantendo proteções ativas.
O mercado cambial entra em abril com viés defensivo, mas posicionado para reagir a eventos decisivos. A depender da direção das tarifas e dos dados econômicos, poderemos ver rotações abruptas. O sentimento atual é de cautela construtiva, com traders buscando qualidade e liquidez em meio a um ambiente macro e geopolítico desafiador.