O euro caiu nesta sexta-feira (28) após dados de inflação abaixo do esperado na França e Espanha, aumentando as expectativas de cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE). Ao mesmo tempo, o mercado se prepara para a imposição de tarifas recíprocas prometidas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, com prazo final marcado para 2 de abril.
A moeda comum europeia recuou 0,28%, sendo negociada a US$ 1,0772, mesmo permanecendo 3,8% acima no mês, impulsionada pela reforma fiscal da Alemanha e pela fraqueza recente do dólar. Mas os novos dados econômicos mudaram o sentimento do mercado:
A inflação da França e da Espanha veio abaixo das projeções;
O gasto do consumidor francês caiu;
A taxa de desemprego da Alemanha subiu.
Com isso, traders agora precificam mais cortes de juros pelo BCE, em meio às incertezas causadas pelas políticas comerciais agressivas dos EUA.
Enquanto isso, o índice do dólar americano (DXY) subiu 0,22%, para 104,47, sustentado pela expectativa de novos dados de inflação nos EUA. No entanto, a moeda caminha para sua maior queda mensal desde novembro de 2023 (recuo de 2,9%) — reflexo dos receios de que as tarifas de Trump prejudiquem o crescimento econômico americano.
Mais cedo nesta semana, Trump anunciou tarifas de 25% sobre carros e caminhões leves importados, com entrada em vigor prevista para a próxima semana. Ele também prometeu revelar, em 2 de abril, novas medidas tarifárias globais, o que mantém os mercados em alerta.
A divulgação do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) — principal medidor de inflação utilizado pelo Fed — pode alterar o cenário. Atualmente, o mercado precifica cerca de 63 pontos-base de cortes de juros pelo Fed em 2025, mas uma leitura surpresa poderá mudar essa expectativa.
Entre outras moedas:
O dólar caiu 0,13% frente ao iene, cotado a 150,84, influenciado por dados de inflação de Tóquio.
A libra esterlina recuou 0,2%, para US$ 1,2923, após subir 0,5% na sessão anterior. O Reino Unido tenta negociar uma isenção das tarifas americanas, com base em relações comerciais mais equilibradas com os EUA.