O Federal Reserve manteve sua taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50% nesta quarta-feira, como esperado, mas sinalizou que ainda pretende reduzir os custos dos empréstimos em meio ponto percentual até o final do ano. A decisão ocorre em meio a uma desaceleração do crescimento econômico e um aumento temporário da inflação.
O Fed revisou suas previsões e agora espera que sua métrica preferida de inflação termine o ano em 2,7%, acima dos 2,5% projetados em dezembro. Ao mesmo tempo, reduziu a projeção de crescimento do PIB para 1,7% (antes era 2,1%) e prevê um leve aumento do desemprego nos próximos meses.
Na declaração de política monetária, o Fed reconheceu que os riscos aumentaram e que as perspectivas econômicas estão incertas, especialmente diante da implementação de tarifas comerciais pelo governo norte-americano. O presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que o momento exige cautela, afirmando que a postura da instituição está bem posicionada para lidar com os desafios atuais.
A decisão de manter as taxas estáveis veio acompanhada da notícia de que o Fed desacelerará a redução de seu balanço patrimonial, estratégia conhecida como aperto quantitativo. O movimento não teve unanimidade dentro do comitê, com Chris Waller se opondo à mudança na política de balanço.
Com a divulgação da decisão, os mercados reagiram positivamente. O Dow Jones subiu 0,5%, enquanto o Nasdaq avançou 0,7%. Os futuros de juros agora precificam um corte de pouco mais de meio ponto percentual ainda este ano, com 62,1% de chance de que o Fed comece a reduzir as taxas já em junho.
O dólar perdeu parte dos ganhos anteriores, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro caíram ligeiramente. As projeções do Fed indicam que a inflação voltará à meta de 2% até 2027, e que os cortes de juros continuarão nos próximos anos, chegando a 3,1% até lá.
Apesar da expectativa do governo norte-americano de uma "era de ouro" econômica com suas novas políticas, o Fed projeta um crescimento modesto de 1,7% para este ano e 1,8% para 2026 e 2027, com o desemprego subindo para 4,4%. As previsões mostram um cenário mais conservador, contrastando com o otimismo da Casa Branca.
Os investidores agora aguardam os próximos passos do Fed e acompanham de perto os impactos das tarifas e políticas econômicas na trajetória da inflação e do crescimento.