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A Revolução nas Taxas de Juros do Japão Impulsiona o Mercado de Crédito a Novos Patamares

Com 14,7 trilhões de ienes em novas emissões, empresas japonesas estão correndo para garantir financiamento em condições ainda favoráveis.

17/02/2025 19h45 Atualizada há 3 semanas
Por: Redação
A Revolução nas Taxas de Juros do Japão Impulsiona o Mercado de Crédito a Novos Patamares

O mercado de títulos corporativos no Japão está em forte expansão, com as empresas aproveitando a recuperação econômica e antecipando o aumento das taxas de juros. No atual ano fiscal, as empresas japonesas já emitiram um recorde de 14,7 trilhões de ienes (US$ 96,8 bilhões) em títulos denominados em moeda local. A principal motivação é garantir financiamento antes da elevação dos custos de crédito.

Esse aumento nas emissões reflete transformações profundas na economia japonesa, como o fim da política monetária ultraexpansionista do Banco Central e reformas na governança corporativa, que pressionam as empresas a buscar crescimento. Hajime Suwa, chefe de mercados de capitais do Mitsubishi UFJ Morgan Stanley, destaca que mais empresas estão se lançando no mercado de títulos e ampliando os volumes de captação.

Projeções indicam que as taxas de juros podem chegar a 1,1% até 2027, um aumento em relação aos 0,5% atuais. Takashi Ueda, CEO da Mitsui Fudosan Co., vê as altas como um sinal positivo, indicando crescimento econômico a longo prazo. Mesmo com o aumento das taxas, o Japão ainda possui algumas das taxas de financiamento mais baixas do mundo, com uma média de 1,39%, comparado a 0,87% no ano passado.

A Sony Group Corp. está entre as empresas que aproveitam o momento com uma emissão de 110 bilhões de ienes, ajustada para atender aos padrões globais de captação. Além disso, empresas japonesas estão aumentando suas emissões internacionais, com títulos em dólares e euros já somando quase US$ 89 bilhões desde abril, o maior volume em três anos.

Embora as empresas tenham 350 trilhões de ienes em caixa, o que pode reduzir a necessidade de novas captações, o Japão também enfrenta riscos externos, como as tarifas comerciais dos EUA, que aumentam a volatilidade do iene. Mesmo assim, muitas empresas estão correndo para garantir financiamento antes de possíveis turbulências econômicas globais.

Makoto Tani, CEO da Skylark Holdings Co., destaca que a estratégia é garantir a captação no primeiro semestre, pois a instabilidade econômica pode aumentar as taxas de juros e dificultar novas emissões.

O mercado de títulos corporativos no Japão reflete uma fase de adaptação, com empresas aproveitando a oportunidade antes das mudanças econômicas que estão por vir.

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