Domingo, 09 de Março de 2025 11:29

Dólar com.

R$ 5,79

Euro

R$ 6,27

Peso Arg.

R$ 0,01

Internacional Mercado Financeiro

Mercado Aposta Em Cortes De Juros Após Queda Nas Vendas No Varejo Dos EUA

Rendimento dos treasuries recua, S&P 500 mantém recorde e dólar atinge nova mínima em 2025.

14/02/2025 19h21 Atualizada há 3 semanas
Por: Redação
 Mercado Aposta Em Cortes De Juros Após Queda Nas Vendas No Varejo Dos EUA

O mercado de títulos encerrou a semana em alta, impulsionado por um dado fraco de vendas no varejo que reacendeu apostas de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve. A forte demanda por Treasuries fez com que o rendimento dos papéis de 10 anos caísse abaixo de 4,5%, marcando a quinta semana consecutiva de valorização, a sequência mais longa desde 2021. Com isso, os mercados agora precificam totalmente um corte de juros até setembro. Enquanto isso, o S&P 500 permaneceu próximo ao recorde histórico, e o dólar atingiu uma nova mínima em 2025.

As vendas no varejo dos EUA caíram 0,9% em janeiro, a maior retração em quase dois anos, indicando um freio no consumo após um forte fim de 2024. Para David Russell, da TradeStation, a queda confirma um aumento da cautela entre os consumidores. José Torres, do Interactive Brokers, destaca que esse cenário reacende a possibilidade de cortes nos juros ainda no verão, uma perspectiva que havia sido abalada por um dado forte de inflação divulgado no início da semana.

O S&P 500 fechou estável, o Nasdaq 100 avançou 0,4% e o Dow Jones recuou 0,4%. As ações da Meta Platforms subiram pela 20ª sessão consecutiva, enquanto a Dell Technologies disparou após a notícia de que está próxima de um acordo bilionário com a xAI, de Elon Musk. Nos Treasuries, o rendimento dos papéis de 10 anos caiu para 4,48%. Para Ellen Zentner, do Morgan Stanley, apesar da queda nas vendas no varejo, o consumo em restaurantes se manteve forte, indicando que as famílias ainda demonstram confiança na economia.

A desaceleração na atividade econômica ainda não é suficiente para justificar cortes agressivos nos juros, segundo análise de especialistas. Há também um alerta de que uma queda persistente no consumo, combinada com inflação elevada, pode se tornar um problema para consumidores e empresas. Já entre os possíveis cenários, considera-se tanto um ajuste moderado da economia, que permitiria cortes graduais nos juros, quanto uma retração mais acentuada nos gastos, impactando o PIB antes que o Federal Reserve tenha tempo de reagir.

Michael Hartnett, do Bank of America, recomenda a compra de bonds e aposta que a inflação pode forçar Donald Trump a adotar tarifas comerciais mais brandas. Já um estudo da Goldman Sachs indica que, desde 2023, os retornos do S&P 500 têm sido mais influenciados por fatores específicos das empresas do que por tendências macroeconômicas, um padrão que deve continuar em 2025 e criar oportunidades para investidores atentos.

O mercado segue em um ponto crítico, equilibrando inflação, consumo e política monetária. Os próximos dados econômicos serão decisivos para o rumo dos investimentos.

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.