Os mercados globais começaram a semana em tom misto, com investidores atentos ao desenrolar das negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que ocorrem nesta segunda-feira em Londres. O encontro reacende esperanças de alívio nas tensões tarifárias e nas restrições a exportações estratégicas, como minerais críticos e tecnologias sensíveis.
Na Ásia, os principais índices encerraram o pregão em alta, mesmo diante de dados econômicos fracos. O Nikkei 225 subiu 0,9%, apesar da contração de 0,2% no PIB japonês, interpretada como gatilho para novos estímulos fiscais. O Kospi avançou 1,6%, impulsionado por ações de tecnologia. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 1,1%, enquanto o Shanghai Composite teve leve alta de 0,4%, após a divulgação de uma deflação de 0,1% e crescimento menor nas exportações. Ainda assim, a sinalização de maior flexibilidade regulatória por parte da China sustentou o otimismo.
Na Europa, o Euro Stoxx 50 caiu 0,76%, refletindo cautela diante da ausência de novos estímulos do BCE e da incerteza fiscal. O anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido ajudou a limitar as perdas, mas não foi suficiente para mudar o tom defensivo dos investidores.
Nos Estados Unidos, os índices futuros recuavam levemente após uma sexta-feira de forte alta, impulsionada pelos dados positivos do Payroll. Em maio, foram criadas 139 mil vagas, acima do esperado, com a taxa de desemprego mantida em 4,2%. O resultado reforçou a resiliência da economia americana e reacendeu apostas em cortes de juros no segundo semestre.
No câmbio, o dólar recuava frente ao euro e ao iene, refletindo maior apetite por risco. O petróleo operava em alta moderada, sustentado pela expectativa de retomada da demanda global, caso as negociações em Londres avancem.
A semana começa marcada por expectativa. Investidores seguem atentos a sinais concretos de progresso entre EUA e China, ao mesmo tempo em que monitoram novos indicadores na China, Europa e Estados Unidos. Em um cenário ainda sensível, qualquer sinal pode redefinir o rumo dos ativos.