Os mercados financeiros globais encerraram esta quinta-feira em leve alta, enquanto investidores digerem a decisão de um tribunal de apelações dos EUA que restabeleceu as tarifas comerciais impostas por Donald Trump. A medida reacendeu preocupações sobre o comércio internacional e adicionou tensão a um mercado que vinha operando em clima de otimismo moderado.
Nos EUA, os índices subiram, sustentados pelos bons resultados da Nvidia. O Dow Jones avançou 0,28%, o S&P 500 ganhou 0,40% e o Nasdaq subiu 0,39%. O apetite por risco foi limitado pela reinstauração das tarifas, que voltam a valer enquanto o caso tramita na Justiça.
O Ibovespa recuou 0,26%, fechando aos 138.533 pontos. A correção foi puxada por incertezas internas, como a possibilidade de aumento do IOF, e pelo clima de instabilidade comercial vindo dos EUA. O giro financeiro ficou em R$ 17,9 bilhões, refletindo um mercado mais defensivo.
Na Europa, o FTSE 100 e o DAX encerraram o dia em queda leve. Já na Ásia, os índices Nikkei 225 e Hang Seng também fecharam no negativo, com investidores ajustando expectativas frente ao aumento de atrito no comércio global.
O dólar comercial caiu 0,5%, cotado a R$ 5,6670, enquanto o euro teve leve alta, a R$ 6,4420. O ouro, por sua vez, subiu 0,67%, negociado a US$ 3.317,10, em movimento típico de busca por proteção diante de incertezas políticas e econômicas.
A restauração das tarifas amplia a incerteza no comércio global e pode pressionar cadeias produtivas e ativos de risco nas próximas semanas. O processo judicial ainda pode escalar à Suprema Corte, elevando o grau de imprevisibilidade.
Para os mercados, o recado é claro: a política comercial dos EUA voltou ao centro do jogo e pode redistribuir as cartas no tabuleiro global.