Mercados despencam após tarifas de Trump; bancos japoneses lideram quedas e ouro permanece próximo do recorde

Os mercados financeiros globais aprofundaram as perdas nesta sexta-feira, à medida que investidores digerem os impactos das tarifas abrangentes impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A medida desencadeou uma nova onda de aversão ao risco, com liquidação em bolsas, forte demanda por títulos do Tesouro americano e o ouro mantendo-se perto de máximas históricas.

Os bancos japoneses despencaram, levando o índice local ao menor nível desde agosto. O S&P 500 e o Nasdaq 100 caíram mais do que em qualquer outro dia desde 2020, com cerca de US$ 2,5 trilhões em valor de mercado sendo eliminados das ações dos EUA apenas na quinta-feira. Os futuros dos índices de Nova York e da Europa também operavam em queda nesta sexta.

O rendimento dos Treasuries de 10 anos caiu novamente abaixo de 4%, e os mercados já precificam mais de 100 pontos-base em cortes de juros pelo Federal Reserve até o fim do ano — o maior movimento desde a pandemia de 2020.

O nervosismo é global. O presidente francês Emmanuel Macron aconselhou empresas a suspenderem investimentos nos EUA. Paralelamente, a França pressiona a União Europeia a aplicar sanções contra gigantes da tecnologia americana, em resposta direta às novas tarifas. A UE e a China já prometeram retaliações.

A tensão também alcança o sudeste asiático: o Ministério do Comércio do Vietnã pediu à Casa Branca que adiasse a tarifa de 46% sobre seus produtos e abriu espaço para novas negociações.

No front político, um tribunal na Coreia do Sul destituiu o presidente Yoon Suk Yeol após declarações controversas sobre lei marcial, adicionando incertezas em um cenário já fragilizado por disputas comerciais.

Com o aumento da tensão entre potências e a deterioração nos mercados globais, cresce a busca por plataformas que permitam exposição direta a ativos internacionais. Ter acesso a diferentes mercados pode ser o diferencial em momentos de incerteza. Descubra agora como operar globalmente com eficiência.

 O petróleo acelerou suas perdas, impactado por uma decisão inesperada da OPEP+, que ampliará a produção em três vezes acima do planejado. Já o ouro, embora tenha recuado levemente, se mantém próximo de seu recorde, sustentado pelo fluxo defensivo.

Mesmo com o discurso agressivo no anúncio das tarifas, Trump sinalizou alguma disposição para negociação: afirmou que poderá reduzir tarifas se os países apresentarem "algo fenomenal" em troca.

Analistas do JPMorgan alertam que, se mantidas, as tarifas atuais podem forçar os EUA — e talvez a economia global — a uma recessão em 2025.