A Ásia viu um agravamento da liquidação global de ações, refletindo o movimento observado nos mercados americanos. O dólar ganhou força, enquanto os rendimentos do Tesouro caíram ligeiramente, em um cenário de maior aversão ao risco por parte dos investidores, que reagiram ao anúncio de novas tarifas comerciais de Donald Trump.
Após o S&P 500 registrar queda de 1,6% na quinta-feira, apagando seus ganhos acumulados no ano, o mercado asiático sofreu sua maior baixa em mais de um mês. Ações de tecnologia foram duramente atingidas: a Nvidia caiu 8,5%, enquanto o Nasdaq 100 recuou 2,8%. Nos mercados europeus, os contratos futuros indicam que a tendência de queda deve continuar.
O movimento de vendas foi impulsionado pelo temor dos investidores de que a nova rodada de tarifas impostas por Trump sobre China, Canadá e México prejudique o crescimento econômico global. Com isso, ativos mais arriscados foram amplamente evitados, e as ações de tecnologia de Hong Kong sofreram perdas significativas. O Bitcoin, frequentemente classificado como um ativo de risco associado ao "comércio Trump", também caiu, enquanto o índice do dólar avançou.
Trump anunciou que as tarifas de 25% sobre Canadá e México entrarão em vigor em 4 de março e que um imposto adicional de 10% será aplicado às importações chinesas. Segundo economistas, essas medidas podem impactar negativamente o PIB dos EUA, pressionar a inflação e até levar Canadá e México a uma recessão. O plano prevê o aumento das tarifas sobre mais de US$ 1 trilhão em importações, a menos que um acordo de última hora seja firmado.
Além do impacto nos mercados acionários, a inflação em Tóquio desacelerou mais rápido do que o esperado, influenciada pelos subsídios do governo sobre os custos de energia. No entanto, analistas acreditam que isso não impedirá o Banco do Japão de aumentar sua taxa de juros novamente.
No setor bancário, o regulador financeiro do Japão anunciou uma repressão sobre US$ 67 bilhões em empréstimos de alto rendimento, lastreados em títulos do governo e outros ativos. Esses produtos financeiros ganharam popularidade entre bancos regionais, apesar das advertências sobre seus riscos.
O mercado agora acompanha de perto os desdobramentos dessas medidas e seus efeitos sobre a economia global, a inflação e a estabilidade financeira.