Os mercados financeiros iniciaram a semana sob forte volatilidade. As bolsas de valores dos EUA operaram em queda nesta segunda-feira, refletindo preocupações com o crescimento econômico e o cenário político do país. Paralelamente, na Europa, as eleições na Alemanha impulsionaram o euro e fortaleceram o mercado acionário europeu.
Após uma tentativa de recuperação inicial, os índices de Wall Street perderam força ao longo do pregão. O S&P 500 recuou 0,30%, enquanto o Nasdaq teve uma desvalorização de 0,88%. O Dow Jones mostrou um desempenho ligeiramente melhor, mas permaneceu instável.
Entre os fatores que pressionam o mercado está o enfraquecimento dos indicadores econômicos dos EUA. Dados recentes apontam quedas nas vendas no varejo, na confiança do consumidor e nos índices de atividade dos serviços, somados a um aumento inesperado da inflação. Além disso, o risco de uma crise fiscal gerada por possíveis demissões em massa no setor público reforça os temores de estagflação na maior economia do mundo.
Enquanto os mercados americanos operam em queda, a Europa reage de forma positiva às eleições alemãs. A vitória dos conservadores liderados por Friedrich Merz foi bem recebida pelo mercado, com a expectativa de formação de uma coalizão estável. Com isso, o euro chegou à sua cotação máxima em um mês, atingindo US$ 1,0528 antes de um leve ajuste para US$ 1,0469.
O impacto também foi sentido nos índices europeus, com o DAX alemão registrando alta de 0,16%, enquanto o STOXX 600, que representa as principais empresas da região, caiu 0,33%.
Outro fator que influencia os mercados é a expectativa pelo relatório de lucros da Nvidia, que será divulgado na quarta-feira. Os investidores monitoram atentamente o desempenho da empresa, considerada um termômetro para o setor de tecnologia.
Além disso, os dados sobre a inflação nos EUA serão divulgados na sexta-feira, e a previsão é de uma leve desaceleração de 2,8% para 2,6%. No entanto, a política comercial do ex-presidente Donald Trump e sua possível aposta em tarifas de importação geram preocupação quanto a um impacto inflacionário prolongado.
Nos mercados de câmbio, o dólar caiu ligeiramente, com o índice da moeda recuando para 106,62. O euro valorizou-se 0,07%, enquanto o iene japonês perdeu 0,19%, cotado a 149,59 por dólar, refletindo expectativas de novos aumentos de juros pelo Banco do Japão.
No setor de commodities, o ouro segue em alta, atingindo US$ 2.936,37 por onça, mantendo uma sequência de oito semanas consecutivas de valorização. Já o petróleo enfrenta pressões de baixa, com o Brent cotado a US$ 74,61 por barril (+0,24%) e o WTI a US$ 70,51 (+0,16%). Especula-se que um eventual acordo de paz entre Rússia e Ucrânia possa levar à flexibilização das sanções contra Moscou, aumentando a oferta global de combustíveis.
A volatilidade deve continuar ao longo da semana, com investidores avaliando os desdobramentos da política monetária dos EUA, os impactos da eleição alemã e a saúde do setor tecnológico.
Enquanto isso, ainda há incerteza sobre a direção da economia global, tornando o próximo ciclo de divulgação de dados econômicos um fator decisivo para os mercados.