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Mercados reagem: tecnologia se recupera, Nvidia sobe e tensões comerciais impulsionam dólar
Após forte queda, ações de tecnologia lideram recuperação, enquanto investidores monitoram tarifas dos EUA e política monetária global.
28/01/2025 15h33
Por: Redação

As ações globais de tecnologia recuperaram parte do terreno perdido nesta terça-feira (28), um dia após o impacto da ascensão do modelo chinês de inteligência artificial DeepSeek, que abalou os mercados. Os investidores voltaram a se posicionar no setor, ao mesmo tempo em que o dólar ganhou força diante de moedas de refúgio.

Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street avançaram, liderados pela recuperação das big techs. O S&P 500 subiu cerca de 0,75%, o Dow Jones avançou 0,3%, enquanto o Nasdaq, índice focado em tecnologia, disparou 1,7%.

A Nvidia (NVDA.O), que sofreu um tombo de 17% na segunda-feira, registrando a maior perda de valor de mercado em um único dia na história – cerca de US$ 593 bilhões –, subiu 6% nesta terça-feira.

O recuo anterior foi motivado por temores de que novos concorrentes, como o modelo DeepSeek, da China, possam ameaçar o domínio das gigantes de inteligência artificial e seus fornecedores de chips. No entanto, o otimismo voltou a tomar conta dos investidores, que passaram a reavaliar os desdobramentos da disputa no setor.

O movimento também elevou outras big techs: as ações da Apple subiram quase 4%, e investidores já aguardam os próximos relatórios de ganhos da Microsoft (MSFT.O), Tesla (TSLA.O) e Meta (META.O) para avaliar como essas empresas pretendem ajustar seus gastos com computação de alto desempenho.

Enquanto o setor de tecnologia se recuperava, outras ações apresentaram movimentos mistos:

Já no mercado de commodities, os preços do petróleo permaneceram próximos das mínimas de várias semanas, refletindo preocupações com a demanda global e os fracos dados econômicos da China. O ouro, por outro lado, subiu 0,6%, chegando a US$ 2.757 por onça.

Tensões comerciais e política monetária impactam moedas e juros

A política tarifária dos Estados Unidos segue no radar dos mercados. O novo secretário do Tesouro, Scott Bessent, defende um aumento gradual nas tarifas, começando em 2,5%, com possibilidade de atingir 20%. No entanto, Donald Trump afirmou que deseja tarifas "muito maiores" e estuda impostos específicos sobre aço, cobre e semicondutores.

O dólar continuou sua trajetória de valorização, subindo 0,7% frente ao iene japonês e 0,3% contra o franco suíço. Enquanto isso, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos subiram 3,9 pontos-base, chegando a 4,567%.

Na Europa, o spread entre os rendimentos de 10 anos da França e da Alemanha diminuiu para 72 bps, o menor nível desde novembro, indicando maior confiança dos investidores na estabilidade política francesa.

O foco agora está nas próximas reuniões dos bancos centrais:


Os mercados globais seguem voláteis, com investidores reagindo rapidamente às mudanças no setor de tecnologia e às decisões econômicas dos governos. A recuperação das ações da Nvidia e de outras big techs indica uma reavaliação dos impactos da concorrência chinesa, mas as tensões comerciais e a política monetária seguem como fatores determinantes para os próximos movimentos do mercado.