Os mercados globais vivem momentos de alta volatilidade diante de ajustes políticos e econômicos recentes. A postura mais suave do governo americano em relação às tarifas sobre a China influenciou diretamente os movimentos de ativos como cobre, alumínio, ouro e prata, além de afetar significativamente o dólar americano (USD).

Metais: o potencial explosivo no mercado de prata

Nos mercados de commodities, o tom mais brando sobre tarifas deu início a oscilações intensas nos preços do cobre e do alumínio. Apesar de alguns sinais de compra em metais, as condições atuais ainda não oferecem um cenário ideal para fluxos de entrada mais consistentes.

Já o ouro segue se consolidando em patamares elevados, o que pode abrir espaço para um movimento expressivo no mercado de prata. A relação entre ouro e prata (XAU/XAG) atingiu máximas históricas, um indicativo de que a prata pode estar subvalorizada e pronta para um movimento de rompimento.

Outros fatores reforçam a tese de alta na prata:

• Os contratos em aberto de prata na Bolsa de Xangai (SHFE) estão em níveis mínimos de anos, enquanto grandes investidores têm aumentado suas posições.
• O mercado londrino de prata permanece com oferta restrita, criando condições de pressão sobre os preços.
• Qualquer evento como um #SilverSqueeze pode intensificar essa dinâmica, pois os preços precisam subir significativamente para equilibrar a oferta e a demanda.

Essas condições sugerem que a prata está em uma posição de grande potencial, mas com risco elevado devido à sua alta volatilidade.

Câmbio: dólar enfraquecido pelo tom moderado sobre tarifas

No mercado cambial, a postura mais cautelosa do governo americano sobre a aplicação de novas tarifas à China provocou uma queda acentuada no dólar americano. A falta de detalhes e a redução do tom agressivo criaram um ajuste significativo nas posições de mercado, que antes estavam alinhadas com expectativas de medidas tarifárias mais duras.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, registrou sua maior queda semanal desde agosto. Enquanto isso, moedas como o euro (EUR), o peso mexicano (MXN) e a coroa sueca (SEK) mostraram ganhos sólidos.

Outros destaques do movimento cambial incluem:

• A alta do euro, impulsionada por dados econômicos positivos da zona do euro.
• A estabilidade do iene japonês (JPY), mesmo após o Banco do Japão (BoJ) elevar sua taxa de juros para 0,5%, o maior nível desde 2008.
• Pressões técnicas sugerindo uma possível extensão na queda do dólar no curto prazo.

As recentes movimentações nos mercados de metais e câmbio demonstram como mudanças nas políticas globais podem impactar diretamente os fluxos financeiros. A prata apresenta um potencial significativo de alta, mas exige cuidado devido à sua alta volatilidade. Já no mercado cambial, o enfraquecimento do dólar cria oportunidades para investidores atentos a moedas emergentes e outras classes de ativos globais.

Enquanto as condições econômicas continuam evoluindo, traders e investidores devem monitorar de perto os desdobramentos políticos e os ajustes nos mercados, que podem trazer tanto riscos como oportunidades de grande impacto.