Criptomoedas Bitcoin
MicroStrategy Compra Mais Bitcoin: Empresa Já Detém 2,1% da Oferta Total de BTC
A MicroStrategy continua sua estratégia agressiva de aquisições, acumulando mais de 450.000 BTC. Entenda como a empresa está financiando suas compras e os riscos envolvidos.
13/01/2025 16h42 Atualizada há 7 dias
Por: Redação

A MicroStrategy, empresa de inteligência de negócios e maior detentora corporativa de bitcoin (BTC), continua sua estratégia agressiva de acumulação de criptomoedas. Entre os dias 6 e 12 de janeiro, a companhia comprou mais 2.530 BTC, desembolsando aproximadamente US$ 243 milhões a um preço médio de US$ 95.972 por unidade. Com isso, a empresa agora detém um total de 450.000 BTC, cerca de 2,1% da oferta total de bitcoin disponível.

O movimento chamou atenção não apenas pelo volume da compra, mas pela estratégia que a MicroStrategy está usando para financiar suas aquisições: a venda de ações, emissão de dívidas e um novo plano de ações preferenciais que pode atrair grandes investidores institucionais. Mas, enquanto alguns enxergam nisso uma jogada visionária, outros alertam para os riscos associados ao uso de capital alavancado em um ativo tão volátil.

De Onde Vem o Dinheiro? O Plano 21/21 da MicroStrategy

A MicroStrategy vendeu cerca de 710.425 ações durante o mesmo período em que comprou bitcoin, levantando um montante equivalente ao valor gasto nas aquisições. A empresa anunciou ainda que tem aproximadamente US$ 6,53 bilhões em ações disponíveis para venda, como parte de seu plano de US$ 21 bilhões em ações ordinárias e US$ 21 bilhões em títulos de renda fixa, conhecido como Plano 21/21.

No início deste mês, a companhia expandiu esse plano com uma proposta de oferta de ações preferenciais de até US$ 2 bilhões. De acordo com o analista Mark Palmer, da Benchmark, essa estratégia pode "desbloquear uma mina de ouro institucional" ao atrair investidores institucionais, como fundos de pensão, seguradoras e bancos.

A emissão de ações preferenciais perpétuas é uma forma de garantir que a empresa possa levantar capital sem diluir diretamente as participações dos acionistas comuns, ao mesmo tempo em que atrai investidores que buscam retornos estáveis em longo prazo.

Michael Saylor e Sua Convicção no Bitcoin

O cofundador e presidente executivo da MicroStrategy, Michael Saylor, é o grande arquiteto dessa estratégia. Desde o início de sua aposta em bitcoin, Saylor tem defendido que a criptomoeda é o ativo de reserva definitivo, especialmente em um contexto de inflação crescente e incertezas econômicas globais.

Atualmente, a MicroStrategy detém 450.000 BTC, comprados a um preço médio de US$ 62.691 por unidade, totalizando um custo de US$ 28,2 bilhões, incluindo taxas e despesas. Com o preço atual do bitcoin, as participações da empresa estão avaliadas em cerca de US$ 40 bilhões.

Saylor acredita que a estratégia de acumular bitcoin protegerá a empresa contra a desvalorização do dólar e trará retornos exponenciais no futuro.

Sequência de Compras de Dez Semanas Consecutivas

O anúncio da última aquisição de bitcoin pela MicroStrategy marca a décima semana consecutiva de compras pela empresa. Na semana passada, a companhia já havia adquirido 1.070 BTC por cerca de US$ 101 milhões, a um preço médio de US$ 94.004 por unidade.

De acordo com Valentin Fournier, analista da BRN, essa sequência de compras destaca a demanda contínua da empresa por bitcoin. Ele explicou que a aquisição da última semana, de aproximadamente US$ 100 milhões, teve impacto limitado no mercado, mas reforça a posição da MicroStrategy como uma das principais defensoras corporativas da criptomoeda.

No total, a empresa já adquiriu mais de US$ 18 bilhões em bitcoin nas últimas dez semanas.

Riscos da Estratégia: Diluição de Ações e Dívidas Crescentes

Embora a estratégia da MicroStrategy pareça ousada e visionária, há preocupações significativas entre analistas e investidores.

O principal ponto de crítica é o uso de dívidas e emissões de ações para financiar a compra de bitcoin. Essa abordagem pode diluir a participação dos acionistas existentes e aumentar o risco financeiro da empresa, especialmente se o preço do bitcoin não acompanhar o ritmo das aquisições.

Além disso, o valor de mercado da MicroStrategy está atualmente negociado com um prêmio significativo em relação ao valor patrimonial líquido (NAV) de suas participações em bitcoin. Isso significa que os investidores estão pagando mais pelas ações da empresa do que o valor dos bitcoins que ela detém, o que pode indicar uma sobrevalorização.

A Estratégia Pode Atrair Grandes Investidores Institucionais?

O novo plano de emitir ações preferenciais perpétuas pode ser uma forma de atrair investidores institucionais, como fundos de pensão, seguradoras e bancos, que buscam retornos estáveis em longo prazo.

Segundo o analista Mark Palmer, essa estratégia pode ser uma mina de ouro institucional, especialmente se a empresa conseguir mostrar que o bitcoin pode ser um ativo seguro e lucrativo no longo prazo.

No entanto, essa abordagem ainda não foi testada em larga escala, e muitos investidores permanecem céticos quanto ao uso de capital alavancado em um mercado tão volátil quanto o de criptomoedas.

 A MicroStrategy Está Apostando Tudo no Bitcoin

A MicroStrategy continua sendo uma das empresas mais agressivas na adoção de bitcoin, acumulando uma fatia significativa da oferta total da criptomoeda.

Porém, essa estratégia envolve riscos consideráveis, especialmente no que diz respeito ao uso de dívidas e diluição de ações para financiar as aquisições. Enquanto alguns enxergam Michael Saylor como um visionário que aposta no futuro do bitcoin, outros alertam para os riscos financeiros que a empresa pode enfrentar se o mercado de criptomoedas não performar como esperado.

De qualquer forma, a MicroStrategy já se posicionou como um player estratégico no mercado de criptomoedas, e suas decisões continuarão influenciando tanto o preço do bitcoin quanto a percepção do mercado em relação à adoção corporativa da criptomoeda.