Os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos surpreenderam nesta sexta-feira, com as folhas de pagamento não agrícolas (Nonfarm Payrolls) registrando 256 mil novos postos de trabalho em dezembro, bem acima da expectativa de 165 mil. Esse resultado reforça a resiliência da economia americana, mesmo em meio ao ciclo agressivo de aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Além disso, a taxa de desemprego caiu para 4,1%, menor do que a previsão de 4,2%. O dado sólido alterou imediatamente as apostas dos traders em relação à política monetária dos EUA, pressionando os juros futuros de curto prazo.
Folhas de Pagamento Não Agrícolas:
Real: 256 mil; Previsão: 165 mil; Anterior: 227 mil
Folhas de Pagamento Privadas:
Real: 223 mil; Previsão: 140 mil; Anterior: 194 mil
Folhas de Pagamento na Indústria: Real: -13 mil; Previsão: 5 mil; Anterior: 22 mil
Lucro Médio Mensal: Real: +0,3%; Previsão: +0,3%; Anterior: +0,4%
Semana de Trabalho Média: Real: 34,3 horas; Previsão: 34,3 horas; Anterior: 34,3 horas
Participação da Força de Trabalho: Real: 62,5%; Previsão: 62,5%; Anterior: 62,5%
Com a divulgação dos dados, os juros futuros de curto prazo nos EUA caíram, à medida que os traders ajustaram suas expectativas para os próximos passos do Federal Reserve. Os investidores agora descartam a possibilidade de um segundo corte de juros ainda em 2025 e preveem que o primeiro corte só deve acontecer após junho do próximo ano, em resposta ao mercado de trabalho mais forte que o esperado.
Antes dos dados de dezembro, havia uma expectativa de que o Fed pudesse iniciar os cortes de juros mais cedo, mas o ritmo acelerado de criação de empregos sugere que o banco central deve permanecer vigilante contra a inflação por mais tempo.
Os números reforçam que a economia dos EUA continua sólida, o que deve influenciar diretamente o comportamento dos mercados de ações, câmbio e títulos do Tesouro. Agora, o foco dos investidores se volta para os próximos dados de inflação, que podem confirmar ou alterar as projeções para os cortes de juros.
Com o mercado de trabalho aquecido e a inflação ainda longe da meta, o cenário para 2024 aponta para taxas de juros mais altas por mais tempo. Esse contexto mantém as bolsas sob pressão e pode impactar o dólar globalmente.
O próximo discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, será fundamental para entender como o banco central está avaliando os dados e o que esperar da política monetária nos próximos meses.