Internacional Mercado Financeiro
Maior Risco Global do Ano: Trump Ataca China e EUA Propõem Taxa de 20% em Ativos Externos
Último pregão de maio termina com forte volatilidade e medo de guerra de capitais nos mercados internacionais.
30/05/2025 17h47 Atualizada há 6 dias
Por: Vitor Ferreira

O último dia de maio (30), encerrou com um alerta claro aos investidores globais: a calmaria deu lugar à tempestade. Os mercados financeiros reagiram com forte aversão ao risco diante de dois gatilhos simultâneos vindos dos Estados Unidos, reacendimento das tensões com a China e um projeto fiscal polêmico que ameaça os fluxos de capital global.

O estopim veio com as declarações do presidente Donald Trump, que acusou Pequim de descumprir um acordo de trégua tarifária firmado semanas antes. A China, segundo ele, teria interrompido unilateralmente o envio de minerais estratégicos, essenciais para diversas cadeias produtivas. A retórica agressiva foi reforçada pela decisão de uma corte federal americana que revalidou o “tarifaço” de Trump, restabelecendo sobretaxas sobre uma ampla gama de produtos chineses. A escalada aumentou temores de uma nova guerra comercial.

Como se não bastasse, os investidores também digeriram com preocupação a proposta da Seção 899 — uma nova legislação fiscal americana que pode impor uma taxa de até 20% sobre investimentos em ativos estrangeiros. O mercado interpretou o movimento como uma possível antecâmara de guerra de capitais, com impactos diretos sobre fundos globais, holdings internacionais e grandes fortunas.

Apesar da turbulência, o mês fechou com um paradoxo: o S&P 500 registrou seu melhor desempenho mensal em três décadas, embalado por expectativas de cortes nos juros por parte do Federal Reserve. Dados mais fracos de inflação e emprego vêm alimentando a visão de que a autoridade monetária americana poderá mudar o rumo da política monetária ainda neste semestre.

No Brasil, o reflexo das tensões foi imediato. O dólar superou os R$ 5,70 e o Ibovespa amargou queda, pressionado também pelo resultado do PIB do primeiro trimestre, que ficou abaixo das projeções.

O dia 30 de maio entra para a história como um lembrete de que, em tempos de incerteza global, os fluxos de capital seguem a lógica do medo e não da razão. A combinação entre geopolítica, política fiscal agressiva e expectativas monetárias deve continuar ditando o ritmo dos mercados nas próximas semanas.