O mercado global virou nesta segunda-feira (26), depois de uma ligação decisiva entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A medida mais temida da semana — um tarifaço de 50% sobre produtos europeus, previsto para entrar em vigor em 1º de junho — foi oficialmente adiada para 9 de julho.
Após o telefonema, Trump afirmou que a conversa foi “extremamente produtiva” e que a extensão do prazo busca dar tempo para que EUA e União Europeia fechem um acordo capaz de evitar uma nova escalada nas tensões econômicas globais.
O impacto foi imediato. As bolsas europeias dispararam, com o índice Stoxx Europe 600 encerrando o pregão em alta de 0,98%. Mesmo com os mercados americanos fechados devido ao Memorial Day, os futuros das bolsas dos EUA apontaram para um dia seguinte de forte recuperação.
No Brasil, o reflexo também foi positivo. O Ibovespa subiu 0,23%, fechando aos 138.136 pontos, enquanto o dólar comercial avançou 0,51%, cotado a R$ 5,6757, puxado pela combinação de alívio externo e ajustes na curva de juros local.
Apesar desse alívio temporário, o clima ainda é de tensão. A União Europeia já trabalha para acelerar as negociações e evitar as tarifas, além de ter mapeado os setores mais vulneráveis caso a medida entre em vigor — destaque para a indústria automotiva da Alemanha e o setor farmacêutico da Irlanda.
Por trás dessa disputa, o pano de fundo é uma guerra comercial ainda mais ampla. Os Estados Unidos e a China seguem travando uma batalha de tarifas pesadas, com até 145% sobre importações chinesas e 125% sobre produtos americanos, adicionando mais volatilidade aos mercados globais.
Especialistas alertam que o mercado ganhou um fôlego, mas o prazo até 9 de julho será determinante. É tempo suficiente para se negociar a paz… ou para reacender uma guerra comercial que pode estremecer as economias do mundo inteiro.