Os mercados financeiros globais começaram a terça-feira com viés positivo, embalados por estímulos monetários vindos da Ásia e otimismo contido em relação à estabilidade fiscal dos Estados Unidos. Cortes de juros na China e na Austrália sustentaram o apetite por risco no fechamento asiático, enquanto os investidores europeus e americanos iniciaram o dia monitorando de perto os desdobramentos da política monetária nos EUA após o recente rebaixamento da nota de crédito soberano pela Moody’s.
Ásia fecha em alta com apoio de cortes de juros e estreia da CATL
As bolsas asiáticas encerraram a sessão em alta, com o índice MSCI Ásia-Pacífico (ex-Japão) avançando 0,33%. Na China, o banco central cortou uma importante taxa de financiamento para apoiar a recuperação da economia, o que impulsionou o CSI300 em 0,6%. Já o Hang Seng de Hong Kong subiu 1,33%, impulsionado pela estreia da fabricante de baterias CATL, que disparou 12,5% em sua oferta pública inicial, arrecadando US$ 4,6 bilhões — a maior IPO do ano.
No Japão, os rendimentos dos títulos de longo prazo atingiram máximas históricas, elevando a expectativa de intervenção do Banco do Japão para conter a volatilidade. Por outro lado, o dólar australiano caiu 0,5% após o banco central do país reduzir sua taxa básica de juros, refletindo preocupações com a demanda global e desaceleração econômica.
Europa inicia o dia com ganhos moderados, monitorando cenário externo
As bolsas europeias abriram com ganhos, com os principais índices operando em território positivo. O FTSE 100 de Londres subia 0,43%, o CAC 40 de Paris ganhava 0,34%, e o DAX de Frankfurt avançava 0,45%. O alívio vindo da Ásia se combinou com a estabilidade nos rendimentos dos Treasuries americanos, apesar do rebaixamento da nota de crédito dos EUA. O apetite por risco, no entanto, segue moderado, com o mercado digerindo os possíveis impactos fiscais da nova rodada de cortes de impostos proposta pela Casa Branca.
Pré-mercado americano reflete cautela com política monetária
Nos Estados Unidos, os futuros do S&P 500, Nasdaq e Dow Jones operavam em leve queda, com os investidores aguardando discursos importantes de dirigentes do Federal Reserve ao longo do dia, como Raphael Bostic e Philip Jefferson. O recente rebaixamento da nota de crédito soberana dos EUA aumentou a sensibilidade do mercado aos riscos fiscais, e qualquer sinal de que o Fed possa demorar a cortar os juros tende a provocar reprecificações.
Mesmo com esse pano de fundo fiscal desafiador, as ações americanas mantêm desempenho positivo em maio, sustentadas por dados de inflação mais controlados e pela recente trégua tarifária com a China, que reduziu temporariamente as barreiras comerciais entre os dois países. O rendimento dos Treasuries de 10 anos recuava para 4,44%, refletindo um alívio pontual nas tensões de financiamento.