As engrenagens da economia global voltaram a girar com mais esperança neste domingo (11), após declarações otimistas de Washington e Pequim indicarem um possível alívio nas tensões da guerra comercial. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que houve “avanço substancial” nas conversas com autoridades chinesas – o primeiro sinal concreto de que as duas potências podem estar prontas para encerrar o impasse que abalou os mercados nos últimos anos.
Com tarifas que chegaram a 145% sobre produtos chineses (e 125% em retaliação por parte da China), a guerra comercial iniciada na era Trump se tornou um dos maiores entraves à estabilidade global, afetando cadeias de suprimento, exportações e a confiança de investidores.
A reabertura do diálogo aconteceu na residência do embaixador suíço junto à ONU, em Genebra, e foi liderada pelos representantes norte-americanos Scott Bessent e Jamieson Greer, em encontro com o vice-premiê chinês He Lifeng. Segundo os envolvidos, os debates foram “francos e construtivos”, culminando em um “consenso importante” para continuar as negociações com um canal permanente entre os países.
A repercussão foi imediata: os contratos futuros nos EUA subiram discretamente e o dólar se valorizou frente a pares asiáticos. Ainda que os detalhes do acordo só devam ser divulgados oficialmente nesta segunda-feira (12), as falas do presidente Trump em sua rede Truth Social reforçaram o tom positivo. Ele descreveu o momento como uma “redefinição total, amigável e construtiva”.
Do lado norte-americano, a preocupação com inflação persistente, instabilidade nos mercados e alertas de grandes varejistas como Walmart e Target – que temiam desabastecimento – pressionaram a Casa Branca. Bessent chegou a dizer que a situação “não era mais sustentável”.
Na China, a queda no volume de comércio e as dificuldades internas também abriram espaço para concessões. Mesmo assim, a mídia estatal chinesa segue crítica aos EUA, acusando Washington de “inconstância” nas negociações e “desespero” para restabelecer o contato.
Segundo a agência estatal Xinhua, os dois países concordaram em estabelecer um mecanismo contínuo de diálogo sobre comércio e economia. Embora ainda não haja garantias sobre a retirada das tarifas, a disposição mútua em conversar já marca uma inflexão importante no cenário global.
Para investidores atentos, esse movimento pode sinalizar uma possível reprecificação de ativos sensíveis ao comércio internacional, como commodities, setores exportadores e moedas emergentes.