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Wall Street reage com alta, mas cenário segue pressionado por tarifas, lucros incertos e embate entre Trump e o Fed
Com volatilidade em alta, investidores voltam às ações após forte queda, monitorando balanços e tensões entre a Casa Branca e a política monetária.
22/04/2025 14h29 Atualizada há 6 dias
Por: Redação

Depois de uma forte liquidação na segunda-feira, os principais índices de Wall Street ensaiaram um movimento de recuperação nesta terça-feira, impulsionados por balanços corporativos e uma breve onda de otimismo em torno das negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

No entanto, o pano de fundo continua instável, marcado pelo embate entre o presidente Donald Trump e o Federal Reserve, além da crescente pressão tarifária sobre os lucros das empresas.

As declarações do secretário do Tesouro, Scott Bessent, contribuíram para aliviar momentaneamente os ânimos. Segundo ele, o impasse com a China “não é sustentável” e deve encontrar algum caminho de distensão — comentário que ajudou os índices a renovarem as máximas do dia.

Na ponta corporativa, os balanços vieram mistos. A gigante 3M surpreendeu positivamente e viu suas ações saltarem quase 7%, enquanto Northrop Grumman e RTX afundaram 11,7% e 8,9%, respectivamente, ao sinalizarem quedas expressivas nos lucros e impactos diretos das tarifas — com a RTX estimando uma perda de US$ 850 milhões no resultado anual.

Tesla também foi destaque, com avanço de 5,2% à espera de seus resultados pós-fechamento, que poderão ditar o ritmo das ações de tecnologia nos próximos dias. Entre as chamadas “Sete Magníficas”, Apple e Nvidia também subiram com força, puxando o setor de consumo discricionário para a liderança do dia.

Mais cedo, o Dow Jones avançava quase 2%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq subiam mais de 1,9% e 2%, respectivamente. A amplitude positiva nas bolsas foi expressiva: na NYSE, os papéis em alta superavam os em queda em uma proporção de 6 para 1.

Apesar da recuperação pontual, o ambiente segue carregado. O FMI revisou para baixo sua projeção de crescimento dos EUA em 2025 para 1,8%, e o Citi vê até 45% de chance de recessão ainda neste ano — reforçando os riscos sistêmicos associados às tarifas.

Além disso, novos discursos de membros do Fed devem trazer sinalizações sobre o futuro da política monetária, em meio às críticas diretas de Trump, que colocam em xeque a autonomia da autoridade monetária americana.

Desde o início de abril, quando as tarifas foram ampliadas no chamado “Dia da Libertação Comercial”, o S&P 500 acumula mais de 14% de queda em relação ao topo histórico de fevereiro.

O Nasdaq já havia entrado tecnicamente em “bear market” no começo do mês, acentuando o clima de cautela.

Em meio a lucros pressionados, disputas tarifárias e incertezas monetárias, a concentração de risco em um único mercado pode limitar sua performance. Considere ampliar sua estratégia com exposição internacional e entenda como a diversificação pode proteger e impulsionar seu portfólio.