Câmbio Euro
Zona do Euro Mantém Flexibilização Monetária
Inflação da Zona do Euro Sobe, Mas Não Deve Mudar Rumos do BCE
07/01/2025 22h35 Atualizada há 2 semanas
Por: Redação

 

O dólar avançou nesta terça-feira (7), impulsionado pela divulgação de dados econômicos positivos nos Estados Unidos e pelas renovadas ameaças de tarifas comerciais por parte do presidente eleito Donald Trump. Enquanto isso, na zona do euro, o índice de preços ao consumidor (CPI) mostrou um leve aumento na inflação, mas sem grandes impactos sobre a expectativa de continuidade da política monetária acomodatícia do Banco Central Europeu (BCE).

No final da tarde em Nova York, o dólar avançava para 157,81 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,0349 e a libra esterlina cedia a US$ 1,2483. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, fechou em alta de 0,26%, atingindo 108,542 pontos.


Inflação da Zona do Euro Sobe, Mas Não Deve Mudar Rumos do BCE

O CPI anual da zona do euro acelerou para 2,4% em dezembro, ante 2,2% em novembro, impulsionado principalmente pelos preços de energia. Apesar disso, o Deutsche Bank acredita que o aumento não deve alterar os planos de flexibilização gradual do BCE. Segundo o banco, o avanço dos preços é moderado e o ímpeto inflacionário geral está desacelerando, o que justifica uma política monetária mais branda.

Enquanto isso, os dados dos EUA indicam uma pressão inflacionária mais persistente. O PMI de serviços mostrou uma forte alta no subíndice de preços pagos, sinalizando que os custos estão aumentando de forma consistente.


A Política de Trump Continua Movimentando o Mercado Cambial

As declarações do presidente eleito Donald Trump sobre novas tarifas comerciais continuam impactando o câmbio global. Trump reforçou sua posição de implementar políticas reflacionárias, que visam estimular o crescimento econômico através de reduções de impostos e gastos públicos, o que tende a elevar as taxas de juros nos Estados Unidos e fortalecer o dólar.

O banco suíço Julius Baer apontou que o contraste entre a política monetária dos EUA e a da zona do euro continua favorecendo o dólar. Enquanto o Fed mantém uma postura mais rígida para conter a inflação, o BCE permanece focado em estímulos monetários.


Impacto no Canadá e Japão: O Peso das Tarifas e Movimentos Cambiais

O fortalecimento do dólar americano tem sido um obstáculo para o dólar canadense, especialmente devido à ameaça de novas tarifas sobre produtos do Canadá. O primeiro-ministro Justin Trudeau enfrenta pressão política, com seu Partido Liberal caindo nas pesquisas, ficando atrás do Novo Partido Democrático pela primeira vez na história. O líder da oposição conservadora, Pierre Poilievre, desponta como favorito para assumir o cargo de primeiro-ministro nas próximas eleições.

Segundo o Julius Baer, um governo mais alinhado com Trump no Canadá poderia reduzir as tensões comerciais, removendo parte do sentimento negativo que tem pesado sobre o dólar canadense. Ao final da tarde, o dólar americano avançava para 1,4358 dólares canadenses, contra 1,4335 da sessão anterior.

Já em relação ao iene japonês, o dólar atingiu seu nível mais alto desde julho, chegando a 158,40 ienes, antes de recuar ligeiramente após declarações de Katsunobu Kato, ministro das Finanças do Japão. Kato expressou preocupação com os movimentos cambiais recentes e alertou que o governo está pronto para intervir no mercado caso ocorra volatilidade excessiva.


Conclusão: O Dólar Segue Forte, Mas Volatilidade Pode Persistir

O fortalecimento do dólar reflete o contraste entre a política econômica dos EUA e as políticas mais flexíveis da zona do euro e do Japão. No entanto, as ameaças tarifárias de Trump e as tensões geopolíticas podem trazer mais volatilidade ao mercado cambial.

Analistas estão atentos às próximas decisões do Banco Central Europeu e do Banco do Japão, bem como à implementação das políticas econômicas prometidas por Trump. O dólar deve permanecer forte, mas o cenário global continua incerto, com riscos de intervenções cambiais e disputas comerciais que podem movimentar os mercados nas próximas semanas.