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Mercados em alerta antes da revelação do plano tarifário de Trump
Investidores se preparam para possíveis impactos globais das novas tarifas dos EUA
02/04/2025 17h13 Atualizada há 1 mês
Por: Redação

Os mercados financeiros permaneceram voláteis nesta quarta-feira, enquanto investidores globais aguardavam mais clareza sobre os planos tarifários do presidente dos EUA, Donald Trump.

Durante semanas, Trump definiu 2 de abril como o "Dia da Libertação", quando pretende impor uma série de novas tarifas que podem reconfigurar o comércio global, com implicações significativas para os lucros corporativos, o crescimento econômico, a inflação e a política de juros do Federal Reserve.

Uma fonte familiarizada com as deliberações do governo disse à Reuters que as tarifas devem ser amplas e significativas, afetando diversos países, inclusive aliados estratégicos. O mercado, que começou o ano otimista com políticas pró-crescimento, foi surpreendido por uma série de manchetes sobre tarifas, o que gerou forte volatilidade.

Embora o anúncio de Trump seja visto como crucial no curto prazo para os mercados financeiros, a incerteza sobre o impacto final e a possibilidade de negociações prolongadas deixam investidores inseguros. Alguns enxergam esse período como uma turbulência necessária antes de um fortalecimento da indústria americana.

Os índices de ações dos EUA operaram ligeiramente em alta na quarta-feira após um início de sessão negativo. O S&P 500 subiu 0,22%, para 5.642,93, após cair 1,1% no início do pregão. O ouro, ativo de proteção, manteve-se próximo a máximas históricas, enquanto as ações europeias caíram, com o STOXX 600 registrando perda de 0,5%. O euro avançou 0,6% contra o dólar, cotado a US$ 1,0852.

Na terça-feira, a Casa Branca confirmou que as tarifas serão anunciadas nesta quarta-feira, mas não detalhou valores e escopo. Empresas, consumidores e investidores temem uma intensificação das disputas comerciais globais. A falta de clareza sobre se as tarifas serão fixas ou ajustáveis torna difícil prever os impactos sobre lucros corporativos, inflação e crescimento econômico.

O mercado acionário vê esse anúncio como um divisor de águas. Em março, o S&P 500 entrou oficialmente em correção, caindo 10% em relação ao pico recente e acumulando queda de 8% desde sua máxima histórica em fevereiro. A expectativa crescente impulsionou o Índice de Volatilidade Cboe (VIX), que mede o nervosismo dos investidores, para 24,80 na segunda-feira, seu maior nível em mais de duas semanas.

Enquanto isso, dados econômicos divulgados na terça-feira mostram que a indústria dos EUA contraiu em março, após dois meses de crescimento, enquanto um indicador de inflação industrial atingiu seu maior nível em quase três anos. O consumo também apresentou sinais de fraqueza, o que levanta preocupações sobre um crescimento econômico mais lento e inflação mais alta. Esse cenário desafia o Federal Reserve, que pausou sua política de corte de juros em janeiro para avaliar o impacto dessas tarifas.

Diante de um mercado cada vez mais instável, muitos investidores estão ampliando suas estratégias para ter acesso direto a ativos internacionais e minimizar os impactos das incertezas locais. A diversificação global nunca foi tão essencial. Saiba como operar com eficiência no cenário internacional e aproveite novas oportunidades antes que o mercado se ajuste.