O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar nesta quarta-feira uma nova rodada de tarifas comerciais, sob a promessa de impor medidas recíprocas contra dezenas de países que, segundo ele, praticam tarifas injustas contra produtos americanos. O anúncio está programado para ocorrer às 17h (horário de Brasília) no Rose Garden da Casa Branca e promete sacudir ainda mais o já nervoso ambiente dos mercados globais.
Apelidadas por Trump de “Dia da Libertação”, as novas tarifas devem entrar em vigor imediatamente após a cerimônia. Além disso, uma taxa de 25% sobre automóveis importados deve ser aplicada já nesta quinta-feira. O formato final ainda não foi revelado, mas há especulações de que o governo norte-americano esteja considerando uma tarifa universal de 20% sobre a maioria das importações.
Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, alertou que a medida será negativa para todos:
“A intensidade e o impacto dependerão do escopo, da duração e dos produtos atingidos”.
A tensão é visível nos mercados. Na Europa, o índice STOXX 600 recuou 0,9%, puxado pelas perdas no setor farmacêutico. O ouro se manteve perto de máximas históricas, negociado a US$ 3.125 por onça, refletindo a busca por ativos considerados seguros.
Nos Estados Unidos, o S&P 500 e o Nasdaq conseguiram fechar o pregão de terça-feira com leve alta, embora os futuros dos principais índices tenham voltado a recuar no pré-mercado desta quarta-feira. Os investidores seguem em compasso de espera, atentos ao formato exato das tarifas e ao impacto que elas terão sobre os preços e cadeias produtivas.
O dólar oscilou pouco, mas permanece sob pressão. A divisa norte-americana caminha para seu pior início de ano em quase uma década, diante da aversão a risco e da crescente incerteza fiscal e comercial.
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Diversos países já indicaram que irão retaliar as medidas. Austrália, México, Canadá e União Europeia estão entre os principais parceiros comerciais que prometem responder com tarifas equivalentes ou restrições específicas.
Autoridades do governo dos EUA indicaram que todas as novas tarifas serão cumulativas. Isso significa que um veículo importado do México, por exemplo, poderá ser tributado em até 52,5%, somando todas as medidas já aplicadas (como as relacionadas ao fentanil, aço e automóveis) mais o novo imposto recíproco.
Um relatório da Universidade de Yale alerta que o custo estimado dessas tarifas adicionais pode ultrapassar US$ 3.400 por família americana, pressionando a inflação e reduzindo o poder de compra.
Desde meados de fevereiro, mais de US$ 5 trilhões foram eliminados do valor das ações nos EUA, e a incerteza continua corroendo a confiança de consumidores e empresas.