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Wall Street afunda com novos dados e temor de inflação
Mercado reage com queda acentuada diante do risco de inflação e novas tarifas de Trump
28/03/2025 13h57 Atualizada há 3 semanas
Por: Redação

Os principais índices de Wall Street despencaram nesta sexta-feira, após novos dados reforçarem preocupações sobre a pressão inflacionária nos EUA. O temor dos investidores aumentou com o impacto das tarifas impostas pelo governo Trump, que podem agravar ainda mais esse cenário.

Um relatório do Departamento de Comércio revelou que o índice de preços de despesas de consumo pessoal subiu conforme esperado. No entanto, ao excluir itens voláteis como alimentos e energia, a alta anual foi maior do que o previsto. Além disso, os gastos do consumidor se recuperaram após uma queda em janeiro, mas a confiança do consumidor, medida pela Universidade de Michigan, deteriorou-se ainda mais em março.

A volatilidade do mercado reflete o receio de que as políticas econômicas de Trump possam levar os EUA a uma combinação de inflação elevada e crescimento econômico fraco. Como consequência, o setor bancário, sensível às taxas de juros, recuou mais de 2%. Apesar disso, traders ainda projetam um corte de 25 pontos-base nos juros em julho, conforme apontam os dados do LSEG.

Enquanto isso, Trump segue firme com a tarifa de 25% sobre importações de automóveis, que entrará em vigor na próxima semana. A decisão impactou as ações da General Motors e Ford, ambas caindo mais de 2% pelo segundo dia consecutivo. A expectativa agora se volta para novas tarifas programadas para 2 de abril, que podem divergir das medidas retaliatórias anteriormente anunciadas.

Na Europa, a União Europeia estuda concessões para evitar uma escalada tarifária. Enquanto isso, os mercados seguem turbulentos:

O índice de volatilidade CBOE (VIX) saltou para a maior alta da semana, refletindo o nervosismo dos investidores. Empresas como a Lululemon Athletica cortaram previsões anuais devido à instabilidade das tarifas, fazendo suas ações caírem 14,9% e puxando o setor de bens de consumo para uma queda superior a 2,5%.

Por outro lado, os preços do ouro subiram, impulsionando mineradoras como Harmony Gold (+9%) e Gold Fields (+6,3%), à medida que investidores buscaram ativos de proteção.

Com esses impactos, o S&P 500 caminha para seu primeiro trimestre negativo em seis períodos, enquanto o Nasdaq se prepara para a maior queda trimestral em quase dois anos.

Agora, o mercado aguarda os discursos dos membros do Federal Reserve, Michael Barr e Raphael Bostic, além de acompanhar a crise da Wolfspeed, cujas ações despencaram 48%, atingindo o menor nível desde 1998 após a troca de CEO.

Na NYSE, para cada ação em alta, 3,14 caíram; na Nasdaq, essa proporção foi de 4,07 para 1. O S&P 500 registrou 7 novas máximas e 10 novas mínimas, enquanto o Nasdaq teve 28 máximas e 239 mínimas, evidenciando o clima de incerteza que domina Wall Street.