Internacional Estados Unidos
Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caem levemente, mas política de Trump lança incerteza sobre mercado de trabalho
Número de solicitações iniciais recua na semana, mas demissões ligadas ao governo federal geram alerta em Washington
27/03/2025 09h49 Atualizada há 3 semanas
Por: Redação

O número de novos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos caiu ligeiramente na semana encerrada em 22 de março, indicando resiliência no mercado de trabalho, apesar das incertezas provocadas por cortes de gastos e tarifas comerciais promovidos pela administração do presidente Donald Trump.

Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Departamento do Trabalho, os pedidos iniciais de auxílio caíram em 1.000, totalizando 224.000 solicitações, já com ajuste sazonal. A expectativa do mercado, segundo analistas consultados pela Reuters, era de 225.000.

O governo também atualizou os fatores sazonais utilizados nas séries históricas de 2020 a 2024, com novos modelos aplicados para os dados de 2025.

Apesar da moderação nas contratações, o mercado de trabalho ainda demonstra solidez graças ao baixo volume de demissões — fator que tem sustentado a expansão econômica. No entanto, especialistas alertam que a política econômica mais agressiva de Trump, baseada em tarifas comerciais pesadas e redução da máquina pública, pode ter efeitos retardados sobre o desemprego.

Um sinal disso é o aumento de pedidos na região metropolitana de Washington D.C., abrangendo partes de Maryland e Virgínia. Esse movimento estaria relacionado a demissões de contratados e profissionais ligados ao setor público, especialmente após cortes promovidos pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderado pelo bilionário Elon Musk.

De acordo com o relatório, o número de pessoas recebendo o benefício após a primeira semana, conhecido como pedidos contínuos, caiu 25.000, para 1,856 milhão, também com ajuste sazonal. Esse dado é importante pois cobre o período da pesquisa que calcula a taxa oficial de desemprego de março.

Com base nos dados recentes e em uma melhora leve na confiança do consumidor, medida pelo Conference Board, analistas esperam que a taxa de desemprego se mantenha estável em 4,1% neste mês.