O dólar atingiu seu nível mais alto em três semanas em relação ao euro nesta quarta-feira, impulsionado pela expectativa de um anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre tarifas automotivas. A possibilidade de novas taxas comerciais gera preocupação sobre o impacto no crescimento econômico dos EUA e na inflação, mas alguns investidores avaliam que as tarifas podem ser menos severas do que o previsto.
O euro caiu 0,32%, chegando a US$ 1,0757, seu menor valor desde 5 de março, marcando seis dias consecutivos de queda frente ao dólar. O movimento ocorreu enquanto o comissário de comércio da União Europeia, Maros Sefcovic, tentava negociar com autoridades dos EUA para evitar sanções comerciais sobre produtos europeus, sem resultados concretos até o momento. O Bank of America apontou que seus dados mostram um aumento nas vendas de euros por bancos centrais e fundos soberanos na última semana, intensificando a pressão sobre a moeda.
O dólar também recebeu suporte após dados inesperadamente positivos sobre pedidos de bens duráveis nos EUA, reforçando expectativas sobre a economia americana. Além disso, o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, destacou a incerteza sobre o impacto das tarifas, observando que elas podem tanto aumentar a inflação, justificando altas adicionais nas taxas de juros, quanto frear o crescimento, pressionando por cortes futuros.
O iene japonês perdeu força, recuando 0,42%, para 150,5 por dólar, enquanto o governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, sugeriu que o banco central poderá subir as taxas de juros novamente em julho caso a inflação continue acelerando devido ao aumento dos custos de alimentos.
A libra esterlina caiu para seu menor valor em duas semanas, sendo negociada a US$ 1,2884, após dados indicarem uma desaceleração da inflação no Reino Unido para 2,8% ao ano em fevereiro, abaixo dos 3% registrados em janeiro. A redução da emissão de títulos públicos britânicos também afetou os rendimentos do Gilt, aumentando a pressão sobre a moeda. O dólar australiano acompanhou a tendência de baixa, caindo 0,14%, para US$ 0,6292, refletindo a desaceleração da inflação no país.
No mercado de criptomoedas, o bitcoin caiu 1,53%, sendo negociado a US$ 86.548, em meio à realização de lucros após a recente alta e à cautela dos investidores diante da volatilidade do mercado global.
Nos números do mercado, os principais índices fecharam em alta: o S&P 500 avançou 0,16%, encerrando o dia em 5.776,83 pontos; o Nasdaq Composite subiu 0,46%, alcançando 18.271,59 pontos; e o Dow Jones teve leve alta de 0,02%, fechando em 42.595,80 pontos.
A expectativa agora se volta para o anúncio oficial das tarifas de Trump, que pode gerar novos desdobramentos no câmbio e nos mercados financeiros nos próximos dias.