Ações Wall Street
Wall Street recua em meio à incerteza sobre tarifas de Trump
Mercado oscila enquanto investidores aguardam definições sobre impostos comerciais e avaliam impactos na economia global.
26/03/2025 14h26 Atualizada há 3 semanas
Por: Redação

Os principais índices de Wall Street fecharam em queda nesta quarta-feira, pressionados pelo desempenho das ações de tecnologia de grande capitalização, enquanto os investidores seguem cautelosos à espera de maiores detalhes sobre as tarifas do governo Trump, que devem ser anunciadas na próxima semana.

Um novo relatório indicou que Trump está preparando um anúncio sobre impostos sobre automóveis para esta quarta-feira, mas a falta de clareza sobre a escala das tarifas, a possibilidade de retaliações e os impactos na economia global têm mantido os mercados instáveis. Apesar disso, investidores ainda especulam que o presidente pode suavizar sua postura, sugerindo que nem todas as tarifas serão implementadas até o prazo de 2 de abril, com possíveis isenções para alguns países.

Nos últimos dias, essa expectativa trouxe um certo alívio a Wall Street, levando os principais índices a atingirem máximas de duas semanas. O S&P 500 chegou a subir mais de 4% desde as mínimas de março, enquanto o Nasdaq avançou cerca de 6%. No entanto, a volatilidade persiste.

As ações de alto crescimento foram as principais responsáveis pelo recuo do S&P 500, com a Nvidia despencando 5,5% e a Alphabet caindo 1,5%.

No fechamento do pregão, os números do mercado refletiram essa incerteza: o Dow Jones caiu 0,10%, fechando em 42.543,18 pontos; o S&P 500 recuou 0,87%, terminando o dia em 5.726,53 pontos; e o Nasdaq registrou a maior perda, caindo 1,68% para 17.965,85 pontos.

Entre os setores, seis dos 11 segmentos do S&P 500 registraram ganhos, com destaque para o setor de energia, que avançou 0,9%, impulsionado pela alta dos preços do petróleo. O aumento ocorreu depois que os investidores precificaram um mercado de oferta mais restrito, diante da ameaça dos EUA de impor tarifas sobre países que compram petróleo venezuelano.

A confiança no mercado também foi abalada por uma pesquisa que apontou um declínio no otimismo dos principais executivos de negócios no primeiro trimestre. Além disso, empresas começaram a aumentar seus estoques, antecipando possíveis aumentos de preços causados pelas tarifas. Dados recentes mostraram um crescimento inesperado nos pedidos de bens duráveis nos EUA, refletindo essa movimentação.

Outra pressão sobre os mercados veio do Barclays, que reduziu sua previsão para o S&P 500 de 6.600 para 5.900 pontos. No início do mês, tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq caíram 10% em relação aos seus recordes históricos, entrando oficialmente em território de correção.

Os olhos do mercado agora se voltam para a divulgação do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) na sexta-feira, considerado o principal indicador de inflação do Federal Reserve. O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que ainda não está certo sobre os impactos das tarifas de Trump, mas alertou para o risco de que elas possam elevar os preços, o que reforçaria a necessidade de juros mais altos.

No cenário corporativo, as ações da Dollar Tree subiram 5,3%, após a varejista de descontos informar que está perto de vender sua marca Family Dollar para um consórcio de investidores por cerca de US$ 1 bilhão. Já a GameStop saltou 13,7%, após seu conselho aprovar a incorporação do bitcoin como um ativo de reserva do tesouro.

No balanço do dia, as ações em queda superaram as em alta na NYSE em uma proporção de 1,76 para 1, e na Nasdaq em uma proporção de 2,01 para 1. O S&P 500 registrou 15 novas máximas de 52 semanas e duas novas mínimas, enquanto o Nasdaq Composite teve 29 novas máximas e 137 novas mínimas.