Os mercados asiáticos registraram ganhos modestos nesta quarta-feira (27), com os investidores adotando uma postura cautelosa diante da incerteza sobre a política tarifária dos Estados Unidos e de dados fracos de confiança do consumidor.
O índice MSCI Asia Pacific quebrou uma sequência de três quedas ao subir 0,3%, enquanto os futuros de ações dos EUA e da Europa permaneceram estáveis. O dólar oscilou pouco, e o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos avançou, refletindo o aumento da aversão ao risco.
O cobre negociado nos EUA atingiu uma máxima histórica, com o mercado precificando possíveis tarifas de importação pesadas, que, segundo fontes, podem ser anunciadas ainda nas próximas semanas, adiantando o cronograma inicialmente previsto.
O índice Hang Seng Tech, que acompanha as gigantes chinesas de tecnologia, subiu até 1,6%, recuperando parte das perdas recentes. O Banco da China divulgou um aumento de 2,6% no lucro líquido de 2024, totalizando 237,8 bilhões de yuans (US$ 32,7 bilhões) — superando as estimativas de analistas.
Na Europa, o índice STOXX 600 caiu 0,5%, revertendo os ganhos iniciais, mesmo com os mercados ainda a caminho do melhor trimestre em dois anos. A retração ocorre em meio ao nervosismo com a possível nova rodada de tarifas dos EUA marcada para 2 de abril.
Donald Trump afirmou nesta semana que algumas tarifas poderiam ser "mais lenientes do que recíprocas", o que animou os investidores temporariamente, mas não dissipou a cautela.
A libra esterlina enfraqueceu após dados mostrarem que a inflação do Reino Unido desacelerou para 2,8% em fevereiro, abaixo das previsões. Rachel Reeves, ministra das Finanças, deve anunciar cortes em gastos para recuperar a confiança dos investidores.
Nikkei 225 (Japão): +0,7%
Kospi (Coreia do Sul): +1,1%
Hang Seng (Hong Kong): +0,6%
CSI 300 (China continental): -0,3%
No Japão, o presidente do Banco Central, Kazuo Ueda, afirmou que a meta de inflação ainda não foi atingida e indicou que novos aumentos de juros estão no radar, caso os preços de alimentos continuem pressionando a economia.
A decisão dos EUA de impor tarifas secundárias de 25% a países que negociarem petróleo com a Venezuela deu suporte aos preços do petróleo, ao lado de uma queda inesperada nos estoques americanos.
Brent: +0,2%, a US$ 73,19/barril
WTI: +0,3%, a US$ 69,21/barril
No câmbio, o índice do dólar subiu 0,15%, com o euro recuando para US$ 1,0812. A libra esterlina caiu para US$ 1,2896 e o iene japonês permaneceu pressionado.