Os mercados financeiros globais começaram a semana em tom positivo nesta segunda-feira (24), com os futuros das ações dos EUA subindo e o dólar firme, enquanto investidores aguardam uma série de indicadores econômicos e acompanham com atenção o avanço das tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump, previstas para entrarem em vigor no próximo dia 2 de abril.
Os futuros do S&P 500 avançaram cerca de 0,7% na sessão asiática, enquanto o Nasdaq 100 subiu 0,8%. Os futuros europeus também registraram ganhos, subindo 0,3% na parte da tarde na Ásia. Já o Nikkei do Japão e o Hang Seng de Hong Kong apresentaram volatilidade, enquanto o euro se estabilizou em US$ 1,0822, após leve queda na semana anterior.
Nos mercados emergentes, o mercado de ações da Indonésia sofreu nova queda acentuada e a lira turca continuou pressionada, refletindo a inquietação dos investidores após a prisão do principal adversário político do presidente Tayyip Erdogan.
As ações da James Hardie, fabricante australiana de fibrocimento, despencaram 14,5% após o anúncio da compra da americana AZEK Company por US$ 8,8 bilhões, em uma operação que será feita em dinheiro e ações.
A semana promete ser movimentada com a divulgação de dados globais de atividade (PMI), a inflação preferida do Fed, além de números de inflação na Austrália e Japão, atualização orçamentária no Reino Unido e a divulgação de resultados corporativos relevantes na China, incluindo empresas como BYD, Kuaishou, Meituan e bancos e incorporadoras imobiliárias.
Contudo, o grande foco permanece nas atualizações da Casa Branca sobre as tarifas recíprocas prometidas por Trump, com início previsto para 2 de abril. O presidente afirmou que as novas tarifas serão "complexas" e calibradas para compensar impostos estrangeiros e tarifas aplicadas sobre produtos dos EUA. Os detalhes ainda não foram divulgados.
Na sexta-feira, o S&P 500 conseguiu registrar alta após Trump indicar possível flexibilidade nas medidas. Ainda assim, dois meses conturbados — marcados por tarifas contra China, México e Canadá — deixaram os mercados em alerta, com investidores reticentes quanto à possibilidade de avanços concretos em acordos comerciais.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos caíram 38 pontos-base desde os picos de fevereiro, chegando a 4,28%, refletindo maior busca por proteção. Enquanto isso, fluxos migraram para ações europeias e de Hong Kong, que já acumulam alta de 18% no ano, a maior entre os grandes mercados. Porém, a queda de 4,4% em apenas duas sessões na semana passada indica uma pausa nas entradas.
Na agenda corporativa dos EUA, empresas como Dollar Tree e Lululemon devem divulgar seus resultados esta semana.
O ouro se manteve próximo da máxima histórica, sendo negociado a US$ 3.021 por onça, enquanto o bitcoin estabilizou em US$ 87 mil.