Os planos da Alemanha para um pacote bilionário de investimentos em defesa e infraestrutura, financiado por dívida, continuam avançando no parlamento, com forte apoio de legisladores conservadores e social-democratas. Enquanto isso, Reino Unido e União Europeia intensificam discussões sobre o confisco de ativos russos congelados para fortalecer os gastos militares e aumentar a pressão econômica sobre Vladimir Putin, antes de possíveis negociações de paz na Ucrânia.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também movimentou o cenário geopolítico ao afirmar que o líder chinês Xi Jinping pode visitar Washington em breve, em meio ao agravamento das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Os mercados da Europa operaram com estabilidade nesta terça-feira, à espera da votação do parlamento alemão sobre um dos maiores pacotes de investimento da história do país. A decisão pode impulsionar a maior economia da Europa e fortalecer o crescimento em toda a região.
Enquanto isso, a incerteza sobre uma conversa entre Trump e Putin para discutir um possível cessar-fogo na Ucrânia mantém o ouro acima de US$ 3.000 a onça, nível recorde atingido recentemente. Investidores seguem atentos às possíveis concessões territoriais que Kiev poderá fazer e ao futuro controle da usina nuclear em disputa.
Nos últimos meses, houve uma disparidade significativa entre o desempenho das ações dos EUA e de outros mercados, especialmente na Europa e na China, onde investidores têm migrado recursos em busca de melhores oportunidades após as valorizações extremas de Wall Street.
O STOXX 600 da Europa (.STOXX) subiu 0,5% nesta terça-feira e acumula alta de 8% no ano, superando de longe o S&P 500 (.SPX), que acumula queda de 4%. Esse desempenho europeu em relação ao mercado americano é o maior das primeiras 12 semanas do ano em uma década.
O euro ultrapassou US$ 1,09, atingindo seu nível mais alto desde outubro, impulsionado pelo aumento dos rendimentos dos títulos alemães, que chegaram a 2,843% nesta terça-feira, acumulando alta de 45 pontos-base no mês.
Na Ásia, os mercados registraram ganhos, impulsionados por dados positivos de vendas no varejo na China e um pacote de estímulos para impulsionar o consumo na segunda maior economia do mundo.
O índice Hang Seng de Hong Kong (.HIS) atingiu um pico de três anos, enquanto o Nikkei do Japão (.N225) subiu 1,5%, registrando sua maior alta em três semanas. A China tem se mostrado um beneficiário inesperado das tarifas e cortes de gastos promovidos por Trump, à medida que investidores buscam mercados menos expostos à volatilidade política dos EUA.
Nos Estados Unidos, os futuros das bolsas permaneceram estáveis após ganhos modestos no S&P 500 e no Nasdaq (.IXIC) na segunda-feira. No entanto, o clima em Wall Street segue tenso à medida que se aproxima abril, período em que as tarifas recíprocas ameaçadas por Trump devem entrar em vigor.
A libra esterlina também mostrou fortalecimento, subindo 0,1% para US$ 1,300, atingindo esse nível pela primeira vez desde a eleição presidencial dos EUA em novembro. O iene japonês, por outro lado, perdeu força, fazendo com que o dólar subisse 0,3%, para 149,67.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos permaneceram estáveis em 4,2908%, enquanto investidores aguardam as decisões do Federal Reserve, que encerrará uma reunião de dois dias nesta quarta-feira.