Os mercados estão de olho em um evento importante esta semana: o Tesouro dos EUA está prestes a emitir uma grande quantidade de títulos de 10 e 30 anos. Isso pode parecer apenas mais um movimento financeiro de rotina, mas está longe disso. O volume dessa emissão levanta um alerta: será que os investidores vão exigir taxas mais altas para absorver essa dívida?Em outras palavras, quanto mais dívida os EUA colocam no mercado, maior o risco de que o governo precise pagar juros mais elevados para atrair compradores.
Até poucos dias atrás, muitos traders apostavam que o Fed cortaria os juros já em janeiro de 2025. Agora, depois de dados econômicos mais fortes do que o esperado, essa previsão já foi empurrada para julho. O relatório ISM de serviços, por exemplo, mostrou que os preços pagos pelas empresas subiram mais do que o esperado – um sinal de que a inflação ainda está viva. Isso tira pressão para cortes imediatos de juros.
E o ouro?
Quando os mercados percebem que a situação fiscal dos EUA pode ficar mais desafiadora, é natural que os investidores busquem segurança em ativos como o ouro.
O que está em jogo?
O cenário é um dilema clássico:
➡️ Se os EUA continuarem aumentando o volume de dívida, o mercado exigirá juros maiores.
➡️ Juros mais altos podem frear a economia.
➡️ Por outro lado, o governo precisa manter as contas em dia – e a única saída, por enquanto, é emitir mais dívida.
Resumindo:
A emissão de dívida desta semana será um teste de fogo para o apetite dos investidores.O Fed parece mais distante de cortar juros do que o mercado imaginava.Em um cenário assim, os mercados sabem que o risco está sempre nos detalhes – e, nesta semana, os detalhes estarão nas emissões de dívida e nas entrelinhas da ata do FOMC.