O Banco do Canadá (BoC) alertou nesta quarta-feira que a economia canadense está sob forte pressão, com sinais de que o conflito comercial com os Estados Unidos pode desacelerar ainda mais o crescimento econômico e aumentar a inflação. Segundo o banco central, as pesquisas recentes mostram uma queda acentuada na confiança do consumidor e um enfraquecimento nos gastos das empresas, o que pode comprometer a recuperação econômica.
O governador do BoC, Tiff Macklem, afirmou que o Canadá enfrenta uma "nova crise", com impactos econômicos severos devido às tarifas dos EUA. Ele destacou que:
Macklem reforçou que a incerteza sobre os laços comerciais entre Canadá e EUA já está afetando as decisões de negócios e consumo. Ele também enfatizou a necessidade de manter as expectativas de inflação de médio e longo prazo bem ancoradas para evitar que a alta de preços se torne persistente.
Em resposta às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre aço e alumínio canadenses, o Ministério das Finanças do Canadá anunciou que aplicará tarifas retaliatórias de 25% sobre produtos dos EUA, totalizando C$ 29,8 bilhões, a partir de 13 de março.
Principais produtos afetados pelas novas tarifas do Canadá:
O Ministro das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, afirmou que o país trabalhará em conjunto com a Europa para pressionar o governo Trump e buscar soluções para o impasse comercial.
O Banco do Canadá afirmou que monitorará de perto as expectativas de inflação e avaliará cuidadosamente o momento e a intensidade das pressões sobre os preços.
Pontos de atenção do BoC:
Macklem destacou que a incerteza nos gastos pode pressionar a inflação para baixo, mas os custos mais altos, por outro lado, exercem pressão inflacionária ascendente.
Diante desse cenário, o Banco do Canadá sinalizou que será cauteloso com mudanças nas taxas de juros, para garantir equilíbrio entre crescimento econômico e controle da inflação.
Principais preocupações:
Os desdobramentos desse impasse serão determinantes para o crescimento do Canadá nos próximos meses, enquanto os investidores aguardam possíveis negociações entre os governos canadense e americano para reverter ou amenizar as tarifas.