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Trump se reúne com CEOs das maiores empresas dos EUA em meio a temores de recessão e guerra comercial
Empresários demonstram preocupação com tarifas e impacto econômico das políticas do governo
11/03/2025 17h51 Atualizada há 1 mês
Por: Redação

O presidente Donald Trump se reunirá nesta terça-feira com cerca de 100 CEOs das maiores empresas dos Estados Unidos, incluindo Apple, JPMorgan Chase, Walmart, Citigroup e Goldman Sachs, para discutir as políticas econômicas do governo. O encontro acontece em um momento de crescente preocupação entre investidores e empresários sobre os impactos das tarifas comerciais e da desaceleração econômica.

O evento será realizado durante uma reunião da Business Roundtable, um dos grupos empresariais mais influentes dos EUA. Doug McMillon (Walmart), Jamie Dimon (JPMorgan), Jane Fraser (Citigroup), David Solomon (Goldman Sachs) e Charlie Scharf (Wells Fargo) estão entre os executivos que participarão do encontro.

Após a reunião, está prevista uma recepção e um jantar, segundo fontes próximas ao evento.

Trump defende tarifas e intensifica disputa comercial com o Canadá:

Trump defendeu suas políticas tarifárias, afirmando que elas ajudarão a corrigir relações comerciais desequilibradas, trazer empregos de volta ao país e interromper o tráfico de drogas ilegais. No entanto, as tensões aumentaram depois que o presidente dobrou as tarifas sobre aço e alumínio canadenses para 50%, em resposta à tarifa de 25% imposta pela província de Ontário sobre eletricidade exportada para os EUA.

O governo indicou que pode reduzir essas tarifas no futuro, caso o Canadá aceite negociar. No entanto, o mercado reagiu negativamente, com receios de que o aumento dos custos para empresas impulsione a inflação e prejudique a confiança do consumidor.

Impacto no mercado:

"Os mercados vão subir e vão cair, mas temos que reconstruir nosso país", disse Trump a repórteres, minimizando a volatilidade do mercado.

Empresários alertam para riscos econômicos:

A Business Roundtable, que representa as maiores empresas dos EUA, expressou preocupações sobre as tarifas e seus efeitos de longo prazo na economia. O grupo solicitou ao governo que:

Segundo o grupo, tarifas prolongadas podem causar impactos econômicos sérios, reduzindo a competitividade das empresas americanas.

Economistas revisam previsões para crescimento e inflação:

O Goldman Sachs reduziu sua projeção de crescimento dos EUA para 2025 e aumentou a estimativa de inflação, citando o impacto negativo das tarifas.

O CEO da BlackRock, Larry Fink, alertou que um ambiente econômico mais protecionista poderia impulsionar a inflação, à medida que custos trabalhistas e de produção aumentam devido a restrições ao comércio.

Além disso, alguns economistas indicam que:

Perspectiva para os próximos meses

Trump afirmou que suas políticas poderiam causar "um pouco de dor a curto prazo", mas que os benefícios viriam no longo prazo. No entanto, ele evitou responder diretamente se os EUA poderiam entrar em recessão.

O governo prevê anunciar em 2 de abril um novo regime global de tarifas recíprocas, afetando todos os parceiros comerciais dos EUA.

Empresários e investidores agora aguardam as próximas medidas da administração Trump e as negociações com o Congresso, que podem definir o futuro dos cortes de impostos e das regulamentações econômicas.