Internacional Macroeconomia Global
Estagflação à vista? Tarifas de Trump elevam incertezas e riscos globais
Economistas alertam para riscos de estagflação em meio a tarifas de Trump e temores de desaceleração econômica
21/02/2025 07h26 Atualizada há 2 semanas
Por: Redação

A possibilidade de um cenário de estagflação, em que o crescimento econômico desacelera enquanto a inflação se mantém elevada, tem ganhado força com a ameaça de novas tarifas comerciais dos Estados Unidos. Economistas alertam que as políticas do presidente Donald Trump podem intensificar os desafios econômicos e trazer mais volatilidade aos mercados.

O presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, minimizou recentemente o uso do termo, argumentando que ele não possui um significado preciso. No entanto, especialistas apontam que, ainda que em menor escala do que nos anos 1970, a combinação de inflação persistente e crescimento fraco pode trazer dificuldades para os formuladores de políticas econômicas.

Nos Estados Unidos, as atas da última reunião do Federal Reserve (Fed) indicam que muitas empresas já consideram repassar o aumento de custos causado pelas tarifas aos consumidores, elevando os riscos de um novo ciclo inflacionário. No Reino Unido, a inflação subiu para 3%, acima da meta do BoE, enquanto projeções apontam que o crescimento em 2025 pode cair para 0,9%, contra uma previsão anterior de 1,4%.

Na zona do euro, membros do Banco Central Europeu (BCE) divergem sobre a melhor estratégia. Isabel Schnabel sugeriu que o banco pode interromper cortes de juros, enquanto Fabio Panetta alertou para um crescimento mais fraco do que o esperado.

O mercado financeiro já sente os impactos dessas incertezas. Uma pesquisa do Bank of America mostrou que 60% dos gestores de fundos acreditam que a estagflação será o principal desafio da economia global nos próximos 12 meses. O BNP Paribas alerta que os investidores podem estar subestimando os riscos dessa combinação.

Se o crescimento continuar a desacelerar sem que a inflação recue, os mercados podem enfrentar aumento da volatilidade, queda nos preços de ações e títulos, além de impactos mais severos sobre economias vulneráveis, como o Reino Unido e países emergentes.

Com esse cenário, os investidores precisam se preparar para um período de desafios econômicos e incertezas nos mercados globais.