A inflação nos Estados Unidos mantém um ritmo lento de desaceleração no início de 2025, enquanto o mercado de trabalho continua aquecido. Esse cenário reforça a posição do Federal Reserve de manter as taxas de juros estáveis por enquanto.
O presidente do Fed, Jerome Powell, deve abordar esse contexto em seu depoimento ao Congresso nesta semana. A resiliência econômica sustenta a cautela do banco central em cortar os juros, enquanto avalia os impactos das novas políticas do governo Trump, que envolvem comércio, imigração e tributação.
Os dados do Bureau of Labor Statistics, que serão divulgados na quarta-feira, devem indicar um aumento de 0,3% no núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) em janeiro, a quinta alta nos últimos seis meses. Na comparação anual, a expectativa é de avanço de 3,1%, uma leve desaceleração desde dezembro, mas sem grandes progressos desde meados de 2023.
Enquanto isso, o mercado de trabalho segue aquecido. Dados do Departamento do Trabalho mostram que a criação média de empregos nos últimos três meses foi de 237 mil, o melhor desempenho desde o início de 2023. Esse fator reforça a decisão do Fed de manter a política monetária atual após os cortes acumulados de um ponto percentual nas taxas de juros ao longo de 2024. Além disso, propostas do governo Trump podem pressionar ainda mais a inflação.
“O Fed precisa ver progresso real na inflação ou sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho para ajustar os juros. Os dados do CPI de janeiro devem mostrar um quadro misto, com alta de 0,3% no índice geral e no núcleo”, avaliam economistas da Bloomberg.
Além do CPI, o mercado acompanhará na sexta-feira os dados de vendas no varejo de janeiro, que devem indicar um avanço sólido, excluindo o setor automotivo. No cenário global, destaque para as decisões do Banco do Canadá, o crescimento do Reino Unido, o depoimento da presidente do Banco Central Europeu e dados de inflação na Índia, Rússia e Peru.