O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou a empresários que Donald Trump não estava brincando ao sugerir a anexação do Canadá, citando um motivo estratégico: minerais críticos. O país é rico em quase três dezenas desses insumos essenciais para a tecnologia moderna, produzindo mais de 60 minerais e metais, como níquel, potássio, alumínio e urânio.
Esses depósitos estão espalhados pelo vasto território canadense. Ontário concentra níquel, cromita e cobre; Quebec possui lítio, terras raras e grafite; e as províncias das pradarias, Saskatchewan e Manitoba, abrigam urânio de alta pureza e potássio. Em 2023, os EUA foram os maiores compradores dessas matérias-primas, reforçando a dependência americana. Desde sua eleição, Trump tem sugerido que o Canadá poderia evitar tarifas tornando-se o 51º estado, e em janeiro reduziu as taxas sobre matérias-primas canadenses de 25% para 10%.
Os EUA também dependem do Canadá para o setor militar. O níquel do norte de Ontário e o germânio da Teck Resources na Colúmbia Britânica são usados na fabricação de armas. No entanto, a extração mineral no Canadá enfrenta desafios como licenciamento demorado e infraestrutura precária. O Ring of Fire, um vasto depósito mineral no norte de Ontário, foi descoberto há décadas, mas seu desenvolvimento segue indefinido.
A lentidão no setor atrai críticas, pois dificulta a criação de uma cadeia de suprimentos norte-americana para veículos elétricos, turbinas eólicas e equipamentos militares. Enquanto isso, a China mantém forte controle global sobre metais essenciais, operando grandes minas e refinarias na África, Ásia e América do Sul. Mesmo produtores canadenses frequentemente exportam seus minerais para processamento na China, ampliando a dependência global da indústria chinesa.
Diante da crescente demanda por materiais estratégicos, o Canadá precisa superar seus desafios internos para se consolidar como líder global na produção de minerais críticos.